"O Governo da República do Chade solicita ao senhor Jean Christian Gordon Kricke, embaixador extraordinário e penipotenciário da República Federal da Alemanha, que deixe o território chadiano dentro de 48 horas", determinou o Ministério das Comunicações daquele país africano, num comunicado divulgado esta sexta-feira à noite.
Segundo a mesma nota, a decisão é motivada pela "atitude indelicada e pelo desrespeito pelos costumes diplomáticos".
A imprensa local noticiou que o embaixador criticou abertamente o processo de transição do país.
Em 20 de abril de 2021, o Exército anunciou que Idriss Déby Itno, que governava o Chade há mais de 30 anos após um golpe de Estado, tinha sido morto na frente pelos rebeldes, tendo nomeado Presidente um dos seus filhos, o jovem Mahamat Idriss Déby Itno, por um período transitório, à frente de uma junta militar de 15 generais.
Mahamat Itno dissolveu o Governo e o parlamento e dissolveu a constituição.
Mais de 260 jovens foram condenados, em dezembro de 2022, a penas entre dois e três anos de prisão por participarem nas manifestações que eclodiram durante o processo de transição de regime, sendo que a grande maioria já foi indultada.
O Chade tem dezenas de grupos rebeldes que ameaçam a estabilidade do país, baseados principalmente no sul da vizinha Líbia, mas também no norte chadiano.
Entre 27 e 28 de março, pelo menos, 32 pessoas morreram em confrontos entre os rebeldes do Movimento de Ação para a Democracia e Alternância no Chade (MADAT) e o exército.
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