Os pedidos de renúncia surgem depois de na terça-feira o Supremo Tribunal do Paquistão ter declarado inconstitucional a decisão da comissão eleitoral do país de adiar as eleições na província oriental do Punjab para 08 de outubro.
A comissão eleitoral tinha anunciado em 22 de março que as eleições legislativas no Punjab, a província mais populosa do país e um importante reduto da oposição no país, seriam adiadas para 08 de outubro devido à falta de fundos e a situação de insegurança.
"A ordem de impugnação da data [das eleições] anunciada em 22.03.2023 pela Comissão Eleitoral do Paquistão é declarada inconstitucional, sem autoridade legal ou jurisdição, (...), sem efeito legal e fica anulada", referiu a decisão do tribunal, que marcou as eleições para 14 de maio, citada pela agência de notícias Europa Press.
No entender do Governo paquistanês, esta decisão do Supremo Tribunal é partidária e pretende ser um incentivo ao Movimento pela Justiça no Paquistão (PTI), partido do antigo primeiro-ministro Imran Jan.
Nesse sentido, foram já vários os pedidos de demissão do presidente do Supremo Tribunal do Paquistão, Umar Bandial, nomeadamente da ministra da Informação, Marriyum Aurangzeb, e vice-presidente do partido da Liga Muçulmana, Maryam Sharif.
Numa publicação feita no Twitter, Maryam Nawaz, uma das figuras políticas mais importantes do país, acusa o magistrado de ter cometido "violações flagrantes da lei e da Constituição", para favorecer Imran Jan e o PTI.
"Jamais algum juiz do Supremo foi acusado de ter uma conduta tão má. A sua inclinação para o PTI é evidente. O magistrado Bandial deve renunciar ao cargo", defendeu.
O Paquistão tem vivido um aumento na violência fundamentalista islâmica desde dezembro passado, quando o principal grupo rebelde paquistanês, o Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), anunciou o fim do cessar-fogo assinado com o Governo paquistanês.
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