Governo do Iémen e rebeldes ultimam trégua que pode iniciar acordo de paz

O governo iemenita e a insurreição huthi estão a ultimar uma nova trégua que poderá abrir caminho a um "acordo de paz abrangente" no país, asseguraram hoje, sob anonimato, fontes próximas das negociações a vários meios de comunicação árabes.

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Lusa
07/04/2023 12:47 ‧ 07/04/2023 por Lusa

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Iémen

A primeira parte deste processo teria início com a declaração de uma nova trégua até ao final de 2023, segundo o portal Al Araby al Jadeed, que seria acompanhada de um abrandamento das restrições dos voos para a capital, Saná (que se encontra sob controlo do grupo insurrecto, desde o início do conflito, no final de 2014), do reinício das exportações de petróleo bruto e da reabertura total das estradas do país.

O governo e os huthi já tinham acordado, em abril do ano passado, um cessar-fogo que contribuiu para uma queda significativa da violência durante a maior parte de 2022.

Embora a trégua não tenha sido prolongada em outubro, a calma perdurou durante os meses seguintes, até fevereiro, quando um novo recrudescimento das hostilidades suscitou receios de uma retomada do conflito.

Esta nova trégua funcionaria como um prólogo a um acordo de paz abrangente que, de acordo com a informação dada por fontes iemenitas ao diário Asharq Al Awsat, funcionaria sob os auspícios da Organização das Nações Unidas (ONU) e envolveria a continuação do cumprimento das cláusulas acordadas no novo cessar-fogo e incorporaria também dois outros fatores cruciais: a unificação das instituições do país dividido e a troca total de prisioneiros de guerra entre os dois lados.

Este processo teria lugar em três fases - de seis meses, três meses e dois anos - e envolveria também a Arábia Saudita e o Irão, como os dois principais aliados internacionais do governo iemenita e dos insurgentes Huthi, respetivamente, bem como Omã, que tem sido um mediador regular durante as conversações entre as duas partes.

A guerra no Iémen acabou por mergulhar o que foi outrora um dos países mais pobres do mundo na pior catástrofe humanitária da atualidade, segundo as Nações Unidas.

Mais de 21 milhões de iemenitas (dois terços da população) precisarão de ajuda humanitária este ano e 17 milhões precisarão de assistência urgente para sobreviver.

O conflito fez cerca de 380.000 mortos, quer devido aos combates, quer devido à fome e à doença, mais de 85.000 dos quais são crianças. A estes números acrescem quatro milhões de pessoas deslocadas, de acordo com as agências da ONU.

Leia Também: Médio Oriente. 40% dos feridos nos conflitos têm menos de 15 anos

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