O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, vai realizar uma visita à China entre os dias 11 e 14 de abril, de acordo com um comunicado do gabinete, citado pela agência France-Press (AFP).
A relação entre os dois países era sólida, mas arrefeceu durante o mandato do antecessor de Lula, Jair Bolsonaro, que assumiu o poder com a promessa de reformular a política externa brasileira, com uma reaproximação aos Estados Unidos, pondo assim em causa décadas de aliança com o mundo emergente.
Esta visita foi inicialmente anunciada para o final deste mês, mas Lula teve de cancelar a ida a Pequim devido ao aparecimento de uma pneumonia. O chefe de Estado do Brasil cancelou a viagem no sábado, dia em que deveria começar a viagem. O anúncio é feito hoje, dia em que estava prevista a visita terminar.
Após o afastamento de Brasília e Pequim, Lula já tornou claro que a aproximação entre os dois países é uma prioridade.
A agenda inicial incluía um encontro com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, e a presneça no Seminário Económico Brasil-China, que aconteceu nos últimso dias. à AFP, um porta-voz da presidência referiu que a agenda estava a ser reformulada, não estando ainda definida.
Durante os primeiros dois mandatos de Lula da Silva, entre 2003 e 2011, a relação comercial e política entre Brasil e China intensificou-se, marcada, em particular, pela constituição do bloco de economias emergentes BRICS, que inclui ainda Rússia, Índia e África do Sul.
Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral a passar de 9 mil milhões de dólares (8,43 mil milhões de euros), em 2004, para 135 mil milhões (126,5 mil milhões de euros), em 2021.
Nos últimos anos, a participação da China nas exportações do Brasil superou os 30%, face à procura do país asiático por matérias-primas, sobretudo soja e minério de ferro.
Entre 2007 e 2020, a China investiu, no total, 66 mil milhões de dólares (61,8 mil milhões de euros) no Brasil.
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