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Brigadas Vermelhas. Vítimas lamentam falta de arrependimento
As vítimas e familiares de ex-militantes italianos de extrema-esquerda, como as Brigadas Vermelhas e Luta Constante, cuja extradição foi recusada por França, lamentaram hoje a "total falta de arrependimento" dos dez cidadãos condenados por ataques perpetrados nas décadas de 1970 e 1980.
© Getty Imagens
Mundo Itália
"Nunca houve uma palavra de arrependimento, solidariedade ou reparação de nenhum deles", disse o filho do comissário de polícia Luigi Calabresi, assassinado em 1972 por elementos do Luta Constante, e ex-diretor dos jornais La Repubblica e La Stampa, Mario Calabresi.
A Justiça francesa confirmou hoje a recusa em extraditar 10 ex-militantes italianos de extrema-esquerda, alguns ex-membros do grupo Brigadas Vermelhas, rejeitando o recurso do Ministério Público contra uma primeira decisão, em junho de 2022, que já tinha negado a entrega para Itália destes oito homens e duas mulheres que vivem em França há entre 25 e 40 anos.
"Era uma ilusão esperar algo diferente e ver essas pessoas irem para a cadeia depois de décadas... não faz mais sentido, mas há um detalhe irritante e hipócrita", disse Luigi Calabresi, observando que o Supremo Tribunal de França escreveu que "a extradição teria causado danos desproporcionais ao seu direito à vida privada e familiar", mas não mencionou "o dano desproporcional causado ao matar maridos e pais".
Para o filho de um marechal assassinado em 1978 em Milão pelas Brigadas Vermelhas, Alberto Di Cataldo, depois de "mais de 47 anos" desde os atentados, "é preciso raciocinar no sentido de devolver um pouco de verdade aos acontecimentos: o verdadeiro jogo não é a extradição, mas medir se essas dez pessoas vão contribuir para entender o que aconteceu naqueles anos".
Mais duro foi um dos sobreviventes dos ataques das Brigadas Vermelhas, Roberto Della Rocca, que garantiu que a decisão francesa foi "uma vergonha" e apelou ao ministro da Justiça italiano, Carlo Nordio, para "intervir" perante "uma ofensa à Itália e aos italianos".
Leia Também: Justiça francesa não extraditará antigos membros das Brigadas Vermelhas
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