Esta operação visava "neutralizar" as bases do grupo extremista Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP, uma fação dissidente do Boko Haram) instaladas na floresta de Matari, na Nigéria, a partir de onde são planeados ataques contra cidades e posições militares no Níger, refere o boletim de operações militares na região de Diffa (sudeste do Níger).
O objetivo também era de "manter a pressão sobre o ISWAP" e "cortar as suas linhas de abastecimento", descreve o texto, consultado hoje pela France-Presse.
De acordo com um relatório elaborado pelo exército, "cerca de vinte terroristas foram neutralizados" e "83 suspeitos de terrorismo do Boko Haram" capturados e entregues às autoridades nigerianas.
Além disso, três bases "inimigas", depósitos logísticos e motocicletas foram destruídos e armas foram apreendidas.
A operação decorreu de 13 a 19 de março envolvendo soldados nigerinos da Força Conjunta Multinacional (MNJTF), uma força de 8.500 homens lançada em julho de 2015 pelo Níger, Nigéria, Chade e Camarões, para lutar contra os grupos armados jihadistas.
Paralelamente, os militares nigerinos afirmam ter intercetado e entregue às autoridades nigerianas um total de 1.121 pessoas suspeitas de serem membros do Boko Haram, incluindo mulheres e crianças.
Estas pessoas vivem na floresta de Sambissa, no nordeste da Nigéria, e viajam para as ilhas nigerinas do Lago Chade para fugir dos combates com os membros do ISWAP.
De acordo com o exército nigerino, os confrontos entre o ISWAP e o Boko Haram "durante vários meses" forçaram as famílias a deixar Sambissa para se refugiarem nas ilhas do Lago Chade, no Níger.
A bacia deste lago, que se estende entre a Nigéria, o Níger, os Camarões e o Chade, é uma vasta extensão de água e pântanos onde os grupos 'jihadistas' Boko Haram e ISWAP instalaram esconderijos nas inúmeras ilhotas.
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