O projeto-lei proposto pela coligação de direita israelita liderada por Benjamin Netanyahu pretende limitar os poderes do Supremo Tribunal, numa altura em que o primeiro-ministro se vê envolvido em alegados casos de corrupção.
"Um consenso é a melhor forma para se sobreviver" na "democracia muito dinâmica de Israel" disse o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken, questionado pela Agência France Presse (AFP) na cidade de Niamey, na Nigéria, sobre a situação política israelita.
O projeto de lei que visa a reforma judicial foi apresentado em janeiro pelo atual Governo de direita de Israel, provocando todas as semanas grandes manifestações no país contra o é considerada pelos opositores uma deriva antidemocrática de Netanyahu.
"Uma coisa que nós aprendemos com a nossa própria experiência como democracia (Estados Unidos) é que quando se procura fazer grandes mudanças - grandes reformas - nas leis e nas instituições, o consenso é talvez a coisa mais importante", disse Blinken.
Para o secretário de Estado norte-americano, o consenso é essencial "para garantir que se tem algo que não é apenas aceite mas que também que vai ser duradouro".
O novo governo de direita de Netanyahu propôs reformas que permitirão aos deputados anularem as decisões do Supremo Tribunal por uma maioria simples.
O Presidente de Israel já alertou que se enfrenta o risco de "uma guerra civil", referindo-se à dimensão dos protestos contra o Governo.
Para a oposição israelita, Netanyahu quer implementar as reformas para se proteger dos casos de alegada corrupção em que se encontra envolvido.
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