O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, rejeitou, esta quinta-feira, que o envio de quatro caças Mig-29 de fabrico soviético para a Ucrânia por parte da Polónia altere a decisão dos Estados Unidos quando ao fornecimento de caças F-16.
“Não altera o nosso cálculo, no que diz respeito aos F-16”, disse Kirby à imprensa, citado pelo New York Times, acrescentando que essa opção não está, de momento, “em cima da mesa”.
“Um anúncio por parte de outra nação quanto ao fornecimento de aeronaves não afeta e não altera a nossa própria decisão soberana”, rematou.
As declarações do responsável norte-americano surgiram depois de, também esta quinta-feira, o presidente polaco, Andrzej Duda, ter assegurado que o envio de quatro caças Mig-29 será realizado nos próximos dias, no âmbito de uma conferência de imprensa conjunta, em Varsóvia, com o chefe de Estado da República Checa, Petr Pavel.
Por seu turno, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, salientou, durante a décima reunião do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, que ocorreu na quarta-feira, que aquele país “não tem tempo a perder”, face a uma eventual ofensiva russa na primavera.
Recorde-se ainda que nove países já se comprometeram a enviar cerca de 150 tanques Leopard para a Ucrânia, segundo revelou na quarta-feira o chefe do Estado-Maior norte-americano, o general Mark Milley.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.231 civis desde o início da guerra e 13.734 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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