Ativista polaca condenada por ter enviado pílulas abortivas a grávida

A ativista ter-lhe-á enviado pílulas abortivas que tinha na sua residência, para "uso pessoal", e que eram "a forma mais segura de abortar na Polónia, de momento".

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Notícias ao Minuto
14/03/2023 17:38 ‧ 14/03/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Polónia

A ativista Justyna Wydrzynska, da organização de direitos civis 'Abortion Dream Team' (ADT), foi, esta terça-feira, condenada a oito meses e 30 horas semanais de serviço comunitário, por ter fornecido pílulas abortivas a uma mulher grávida de 12 semanas.

Naquele que foi o primeiro julgamento na Polónia quanto à aplicação da nova regulamentação sobre o aborto, Wydrzynska confessou ter enviado pílulas abortivas a uma mulher que era vítima de violência doméstica, depois de o seu caso lhe ter sido reencaminhado por outros ativistas, diz o The Guardian.

A mulher já teria, inclusivamente, pedido ajuda para interromper a gravidez junto de uma linha de apoio, bem como tentado rumar à Alemanha para se submeter ao procedimento, mas o marido impediu-a. Além disso, encomendou os medicamentos, mas temeu que não chegassem a tempo, recorda o Politico.

A ativista ter-lhe-á enviado pílulas abortivas que tinha na sua residência, para “uso pessoal”, e que eram “a forma mais segura de abortar na Polónia, de momento”.

“Não queria que Ania arriscasse a sua vida ao tomar decisões perigosas, uma vez que a solução é tão simples e segura”, complementou.

Contudo, o marido da vítima descobriu os seus planos, alertando as autoridades. Isto porque, na Polónia, a interrupção da gravidez mesmo em caso de deterioração grave e irreversível do feto é ilegal. O procedimento é apenas permitido em casos em que a vida ou a saúde da grávida está em risco, ou se a gravidez for fruto de um crime, como violação ou incesto.

“Vou continuar a ajudar mulheres. Não me sinto culpada. Pelo contrário, esta sentença fez-me perceber que fiz a coisa certa”, assegurou Wydrzynska, após a leitura da sentença, que contestará.

De notar que, em 2021, a Polónia saiu à rua em protesto, na sequência da morte de uma mulher de 30 anos, que poderia ter sobrevivido, caso a sua gravidez tivesse sido interrompida. Contudo, os profissionais de saúde temeram violar a lei polaca, mesmo depois de terem identificado malformações no feto, de acordo com grupos de ativismo.

Leia Também: Polónia começa a julgar 1.º caso contra aplicação da lei do aborto

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