"O exército carece de tudo, e tem ainda menos desde 24 de fevereiro de 2022", disse Hogl, referindo-se à data do início da invasão russa da Ucrânia.
Durante a apresentação do seu relatório anual no parlamento sobre o exército alemão, a comissária mencionou falhas no equipamento, mas também em treinos e exercícios militares.
"Não temos tanques suficientes para formar outros, para treinarmos e para ter os meios necessários para assumirmos um compromisso (...) faltam barcos e navios, faltam aviões", enumerou Hogl.
A comissária lembrou que o chanceler alemão, Olaf Scholz, tinha anunciado um investimento de 100 mil milhões de euros, poucos dias após o início da invasão russa da Ucrânia, e criticou o facto de, até agora, ainda não ter sido gasto "um euro ou um centavo desse fundo especial".
"É por isso que peço que esse dinheiro, fundamental para o exército, chegue rapidamente às tropas e que este ano algum equipamento seja adquirido de forma tangível", disse Hogl.
A comissária de Defesa pediu ainda que o Governo preencha as lacunas de equipamento que foram acentuadas pelas recentes entregas de tanques, veículos blindados ou munições à Ucrânia.
No final de setembro passado, Olaf Scholz disse que queria que a Alemanha tivesse as Forças Armadas "mais bem equipadas da Europa".
No entanto, várias décadas de subinvestimento na Defesa transformam esta meta num desafio de grande envergadura.
O atual ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, estimou as necessidades orçamentais do exército em 10 mil milhões de euros adicionais a cada ano na próxima década.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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