"Tenho dificuldade em entender como é que o nosso papel poderia ser suplantado, quando nenhum país do mundo fez mais [que os Estados Unidos] para ajudar a construir uma região mais estável [no Médio Oriente]", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, na sua conferência de imprensa diária.
Price garantiu que o acordo "não é sobre a China", mas sobre a melhoria das relações entre iranianos e sauditas, e sublinhou que Washington sempre apoiou "o diálogo e a redução" de tensões na região.
O porta-voz da diplomacia norte-americana salientou que o Governo do Presidente Joe Biden se esforçou por obter a paz no Iémen, apoiou os seus aliados no Golfo Pérsico, tem ajudado Israel a melhorar as relações com os seus vizinhos e tem tentado resolver o conflito com os palestinianos.
"Não creio que haja outro país no mundo que tenha trabalhado de forma mais intensa com os israelitas e os palestinianos para reduzir as tensões e preservar a viabilidade de uma solução de dois Estados" coexistindo lado a lado, afirmou.
Price reiterou que o seu país "está profundamente empenhado no Médio Oriente" e vincou que tal empenho tem dado "resultados comprovados para uma região mais próspera, integrada e estável".
O Irão e a Arábia Saudita, as duas potências xiita e sunita do Médio Oriente e inimigas de longa data, anunciaram na passada sexta-feira um acordo para restabelecer relações diplomáticas, cortadas por Riad em 2016 após os ataques sofridos nas suas delegações diplomáticas na República Islâmica.
O acordo inclui a reabertura das respetivas embaixadas e foi assinado na China, que funcionou como mediadora entre as duas potências petrolíferas, o que foi interpretado como um retrocesso da influência dos Estados Unidos na região.
Ned Price considerou hoje que o acordo "claro que tem possibilidade de reduzir a tensão" entre as duas potências regionais, mas acrescentou que tal só acontecerá se o Irão "cumprir o que se comprometeu a fazer".
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