Trzaskowski felicitou Karol Nawrocki, mas advertiu que a sua vitória "é um compromisso, sobretudo em tempos tão difíceis e especialmente com um resultado tão renhido".
"Obrigado por cada voto. Lutei para que nós pudéssemos juntos construir uma Polónia forte, segura, honesta e empática. Uma Polónia moderna, onde todos possam alcançar os seus objetivos e aspirações. Obrigado a todos os que votaram por este tipo de Polónia", agradeceu Trzaskowski aos seus eleitores nas redes sociais.
"Obrigado por todas as palavras simpáticas. Por todas as fotos juntos, pelos apertos de mão, pelos gritos de apoio. Por cada faixa pendurada, por cada cartaz. Obrigado por acreditarem em mim e votarem em mim no domingo. E lamento não ter conseguido convencer a maioria dos cidadãos a aceitar a minha visão para a Polónia. Lamento não termos ganho juntos", disse Trzaskowski.
Nawrocki venceu este domingo a segunda volta das presidenciais na Polónia com 50,89% dos votos, contra 49,11% de Rafal Trzaskowski, segundo a Comissão Nacional Eleitoral, após o escrutínio da totalidade dos votos.
No total, Nawrocki, apoiado pelo principal partido da oposição, o ultraconservador Lei e Justiça (PiS), obteve 10.606.682 votos, enquanto Trzaskowski, presidente da Câmara de Varsóvia e apoiado pelo Governo de coligação do primeiro-ministro Donald Tusk, obteve 10.237.177 votos.
A diferença, 1,78%, é mínima e representa o segundo golpe numa eleição presidencial para o candidato liberal e pró-europeu, que perdeu em 2020 com uma diferença de 2,06% contra o atual Presidente da Polónia, Andrzej Duda, que conclui em agosto o seu segundo mandato consecutivo como chefe de Estado do país no flanco oriental a NATO e da União Europeia.
A vitória de Nawrocki é vista como uma continuação, ainda mais radical, da liderança de Duda na Presidência polaca. Se Duda não hesitou em vetar várias iniciativas de Tusk, os analistas acreditam agora que o governo de Tusk enfrenta a estagnação da sua agenda reformista.
Nawrocki, 42 anos, antigo pugilista e recém-chegado à política com um perfil eurocético, adotou posições mais duras em questões como a imigração, mostrou afinidade com a Administração norte-americana de Donald Trump, de quem recebeu o apoio, e mostrou-se relutante em relação à integração da Ucrânia na NATO.
Com resultados tão próximos, as eleições presidenciais foram um espelho das "duas Polónias" que existem no país da Europa Central, uma tendencialmente pró-europeia e liberal e outra ultraconservadora, que, divididas entre dois ramos diferentes do Governo, são difíceis de conciliar.
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