O Papa Francisco reiterou, este domingo, que está “disposto a ir Kyiv”, na Ucrânia. No entanto, tem uma condição: ir a Moscovo, na Rússia,
“Estou disposto a ir a Kyiv. Quero ir a Kyiv. Mas com a condição de ir a Moscovo. Vou aos dois lugares ou a nenhum”, disse ao jornal argentino La Nacion.
O pontífice já tinha referido em várias ocasiões, a mais recente na semana passada, que estava disposto a ir até Moscovo e encontrar-se com o presidente russo, Vladimir Putin, para colocar fim à guerra.
Na sexta-feira, à emissora suíça RSI disse ainda que “claramente falaria” com o líder russo, que descreveu como “um homem culto”, declarações que agora justificou.
“Ele é culto. Visitou-me três vezes como chefe de Estado e pode-se ter uma conversa de alto nível com ele. É culto. Conversámos sobre literatura uma vez. É um homem que não fala só russo, fala alemão perfeitamente, fala inglês. É culto. A cultura é algo que se adquire, não é uma profissão moral. São duas coisas diferentes”, destacou à publicação argentina La Nacion.
Explicou ainda que não voltou a falar com Putin desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022. “No segundo dia [da invasão] fui à embaixada, ofereci-me para ir lá. O ministro [dos Negócios Estrangeiros] Lavrov respondeu-me a dizer que agradecia muito e que tinham levado o pedido em consideração, mas não podia ser naquele momento. Agora, neste momento, o Vaticano está a fazer algo mais diplomático para ver se algo pode ser alcançado”, afirmou.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 13 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combate.
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