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Campo de refugiados ardeu no Bangladesh. Reconstrução custará milhões

A Organização Internacional para as Migrações (OIM), que gere o acampamento de refugiados rohingya no Bangladesh que foi destruído no fim de semana por um incêndio, afirmou hoje que a reparação das instalações custará vários milhões de dólares.

Notícias ao Minuto

14:26 - 06/03/23 por Lusa

Mundo OIM

A estimativa da agência que integra o sistema das Nações Unidas aponta para 7,4 milhões de dólares (cerca de 6,9 milhões de euros ao câmbio atual).

O incêndio, que deflagrou no Acampamento 11 da cidade de Cox's Bazar e cujas causas estão ainda por determinar, obrigou pelo menos 12.000 refugiados rohingya a abandonar os cerca de 2.000 abrigos onde residiam, perdendo, novamente, todos os pertences.

Ao tomar conhecimento da situação, a OIM enviou duas equipas médicas com 14 ambulâncias para o local, bem como oito equipas de assistência para apoiar os desalojados, informou a organização num comunicado.

Segundo a OIM, cerca de 900 voluntários rohingya estão a colaborar com a organização na retirada dos escombros e na entrega de material de emergência para as famílias que perderam as suas casas temporárias.

"Vamos apoiar os afetados e ajudar a reparar e a reconstruir os abrigos, garantindo-lhes, ao mesmo tempo, acesso a cozinhas", declarou a chefe da operação da OIM no Bangladesh, Fathima Nusrath Ghazzali.

"Estamos a coordenar com outras agências humanitárias para garantir que os afetados assegurem as suas necessidades imediatas, incluindo alimentos, assistência médica, medicamentos, água, saneamento e higiene", acrescentou.

As condições nestes acampamentos sobrelotados no Bangladesh tornam os grandes incêndios um risco real.

Em março de 2021, um grande incêndio resultou na perda de vidas, deslocou 45.000 refugiados rohingya e causou danos significativos naquele que é considerado como o maior campo de refugiados do mundo.

Em janeiro deste ano, dois incêndios consecutivos afetaram outro local semelhante.

Os rohingya são uma minoria étnica muçulmana de Myanmar (antiga Birmânia) que enfrentam perseguição e discriminação há décadas por parte do Governo e da sociedade birmanesa.

Myanmar, de maioria budista, não reconhece esta minoria e impõe múltiplas restrições aos rohingyas, nomeadamente a liberdade de movimentos.

Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), cerca de 860.000 rohingyas vivem atualmente em campos de refugiados sobrelotados no Bangladesh.

A maioria deles, na ordem dos 740.000, encontrou refúgio na zona de Cox's Bazar, desde meados de agosto de 2017, quando foi lançada, no estado de Rakhine (em Myanmar), uma operação militar do exército birmanês contra o movimento rebelde Exército de Salvação do Estado Rohingya devido a ataques da rebelião a postos militares e policiais.

A campanha de repressão do exército de Myanmar contra esta minoria foi condenada pela comunidade internacional e foi descrita pela ONU como limpeza étnica e um possível genocídio, incluindo o assassínio de milhares de pessoas, a violação de mulheres e de crianças e a destruição de várias aldeias, entre outras violações dos direitos humanos.

Leia Também: Explosão no Bangladesh provoca três mortes e 40 feridos

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