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'Partygate'. Há "evidências" de que Boris Johnson mentiu no parlamento

Comissão parlamentar de inquérito responsável por investigar a conduta do ex-primeiro-ministro britânico divulgou um relatório provisório que indica que este enganou os deputados ao assegurar que nenhuma das medidas anti-Covid foi violada durante os encontros promovidos em Downing Street.

'Partygate'. Há "evidências" de que Boris Johnson mentiu no parlamento
Notícias ao Minuto

16:43 - 03/03/23 por Tomásia Sousa com Lusa

Mundo Reino Unido

A comissão parlamentar de inquérito responsável por investigar a conduta do antigo primeiro-ministro britânico Boris Johnson durante o escândalo 'Partygate' diz que há evidências de que este mentiu deliberadamente perante o parlamento.

De acordo com um relatório provisório divulgado esta sexta-feira, que inclui quatro fotos inéditas das festas em Downing Street, era "óbvio" para Johnson que as restrições impostas para travar a propagação da Covid-19 foram violadas nesses encontros.

Os deputados da Comissão de Privilégios estavam encarregados de investigar se o antigo primeiro-ministro britânico enganou a Câmara dos Comuns ao garantir que nenhuma das medidas anti-Covid foi violada.

"Há evidências de que aqueles que aconselhavam Johnson sobre o que dizer à imprensa e na Câmara [dos Comuns] acharam difícil manter que algumas reuniões estavam dentro das regras", diz o relatório.

O relatório adianta que Boris Johnson foi convocado a prestar declarações na Câmara dos Comuns na semana de 20 de março.

A Comissão de Privilégios sublinha que Johnson sabia quais eram as orientações e "estava presente em encontros onde as orientações foram violadas". Além disso, disse que irá avaliar por que razão Johnson disse ao parlamento que as regras não tinham sido transgredidas e porque não corrigiu as declarações na primeira oportunidade.

A Comissão enfatiza que o relatório não é a avaliação final, mas "estabelece os próximos passos".

O antigo primeiro-ministro respondeu num comunicado que "não há provas no relatório" de que ele "conscientemente" enganou o Parlamento.

Johnson disse também ser "surreal" descobrir que a comissão "propõe confiar nas provas recolhidas e orquestradas" pela funcionária Sue Gray, "que acaba de ser nomeada chefe de gabinete do líder do Partido Trabalhista" Keir Starmer.

Funcionária pública com reputação de imparcialidade, Sue Gray ganhou notoriedade pelo seu relatório sobre o "partygate", que detalhava, com emails e fotografias, uma série de festas com bebidas alcoólicas e altercações, música, e saídas matinais pelas portas das traseiras.

O anúncio da sua saída da administração pública para se juntar ao principal partido da oposição, que as sondagens sugerem que poderá ganhar as próximas eleições legislativas, gerou acusações na imprensa conservadora de uma conspiração para derrubar Boris Johnson.

A comissão parlamentar disse que o relatório que publicou na sexta-feira "não se baseava no relatório da Sue Gray".

Se a comissão, formada por uma maioria de deputados do Partido Conservador, concluir que Boris Johnson mentiu deliberadamente, poderá penalizá-lo com a suspensão temporária do Parlamento, o que abre caminho a uma petição pública para o destituir do lugar de deputado.

Quando foram reveladas as primeiras notícias sobre o caso 'Partygate', o antigo chefe do executivo sempre insistiu que não tinham sido quebradas quaisquer regras na sua residência oficial.

O caso acabou por levar à demissão de Boris Johnson do cargo de primeiro-ministro do Reino Unido, em setembro de 2022. Em causa estiveram várias festas realizadas no n.º10 de Downing Street, que violaram as regras impostas durante a pandemia de Covid-19, algumas das quais com a presença do ex-governante. 

O Reino Unido foi um dos países com maior número de mortes durante a pandemia, mais de 182.000, estando em curso um inquérito público sobre se tal poderia ter sido evitado.

[Notícia atualizada às 17h34]

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