Nagorno-Karabakh. Contingente de paz russo deteta violação do cessar-fogo

O contingente de paz russo deslocado desde novembro de 2020 na região do Nagorno-Karabakh, o enclave em território do Azerbaijão de maioria arménia, detetou hoje uma violação do cessar-fogo numa zona onde está estacionado.

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Lusa
02/03/2023 18:13 ‧ 02/03/2023 por Lusa

Mundo

Azerbaijão

"Detetou-se uma violação do regime de cessar-fogo na província de Askeran. Não há vítimas", assinalou o ministério da Defesa russo através de um boletim informativo citado pela agência noticiosa TASS.

Segundo o ministério, o comando do contingente de paz russo iniciou as investigações relacionadas com este incidente junto a representantes das duas partes em conflito.

As forças de paz russas foram enviadas para o enclave arménio do Nagorno-Karabakh após o acordo tripartido entre o Azerbaijão, Arménia e Rússia que pôs termo à última guerra entre Baku e Erevan pelo controlo destes territórios.

A situação na região complicou-se no início deste inverno, devido ao bloqueio por alegados ambientalistas azeris do corredor de Lachin, a única via de abastecimento em direção ao Nagorno-Karabakh, após denunciarem a exploração pela Arménia dos recursos naturais da região.

Erevan indicou que os cerca de 120.000 arménios que habitam no enclave enfrentam uma crise humanitária devido ao bloqueio, que Baku se recusa a levantar apesar dos apelos da Rússia, União Europeia e Estados Unidos.

A Arménia e o Azerbaijão declararam a independência em 1991 e o conflito, que se agudizou nos últimos meses, prosseguiu em torno do enclave do Nagorno-Kharabak, região em território azeri habitada quase exclusivamente por arménios (cristãos ortodoxos).

Este enclave declarou a independência do Azerbaijão muçulmano após uma guerra no início da década de 1990, que provocou cerca de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados.

Na sequência deste conflito, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk (Rússia, França e Estados Unidos), constituído no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas as escaramuças armadas continuaram a ser frequentes, e implicaram graves confrontos em 2018.

Cerca de dois anos depois, no outono de 2020, a Arménia e o Azerbaijão enfrentaram-se durante seis semanas pelo controlo do Nagorno-Karabakh durante uma nova guerra com uma pesada derrota arménia, que perdeu uma parte importante dos territórios que controlava há três décadas.

Após a assinatura de um acordo sob mediação russa, o Azerbaijão, apoiado militarmente pela Turquia, registou importantes ganhos territoriais e Moscovo enviou uma força de paz de 2.000 soldados para a região do Nagorno-Karabakh.

Apesar do tímido desanuviamento diplomático, os incidentes armados permaneceram frequentes na zona ou ao longo da fronteira oficial entre os dois países, culminando nos graves incidentes fronteiriços de setembro.

Em 10 de janeiro passado, e numa atitude inédita, a Arménia anunciou que iria recusar receber este ano as manobras militares conjuntas no quadro da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC, uma aliança militar liderada pela Rússia e que junta seis repúblicas ex-soviéticas), devido à insatisfação pelo bloqueio do corredor de Lachin.

Leia Também: Nagorno-Karabakh. TIJ ordena ao Azerbaijão fim de bloqueio rodoviário

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