"A expulsão é arbitrária e injustificada, a eles [aos dois diplomatas] não se lhes pode apontar nada", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha após a expulsão dos dois alemães.
A expulsão dos dois diplomatas alemães do Irão ocorre na sequência "do regresso" a Teerão, na semana passada, de dois diplomatas iranianos, depois de Berlim ter condenado a sentença pela Justiça da República Islâmica do cidadão germano-iraniano e dissidente político Jamshid Sharmahd.
Sharmad, 67 anos, foi condenado à morte no Irão.
No comunicado difundido hoje, Berlim defendeu o trabalho dos dois diplomatas expulsos.
"Eles demonstraram abertura, interesse e grande empenho, apesar das circunstâncias cada vez mais difíceis", refere-se no mesmo documento da diplomacia alemã.
Teerão justifica a expulsão afirmando que se tornaram "elementos indesejáveis (...) após interferências (...) do Governo alemão nos assuntos internos e judiciais" do Irão.
Jamshid Sharmahd é acusado de participação no atentado contra uma mesquita em Chiraz, no sul do Irão, que fez 14 mortos em abril de 2008.
O Irão também acusou o dissidente de ter estabelecido contactos com "agentes do FBI e da CIA" (Estados Unidos) e de ter "tentado contactar os agentes israelitas da Mossad".
Os apoiantes de Sharmahd na Alemanha rejeitaram as acusações, instando Berlim a "agir imediatamente" para o "salvar".
Pelo menos 16 pessoas portadoras de passaportes estrangeiros, entre os quais, seis franceses, estão presos no Irão, sendo que a maior parte são cidadãos com dupla nacionalidade, de acordo com o direito internacional.
Mesmo assim, o Irão não reconhece o estatuto de dupla nacionalidade aos estrangeiros.
A condenação à morte de Jamshid Sharmahd foi anunciada no dia seguinte ao da imposição pela União Europeia de novas sanções em protesto contra a repressão das manifestações no Irão que se prolongam desde a morte, a 16 de setembro do ano passado, da jovem iraniana de origem curda, Mahsa Amini.
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