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Líder da CIA convencido de que China pondera envio de armas para Moscovo

O diretor da CIA disse hoje estar convencido de que a China considera fornecer armas à Rússia na sua ofensiva na Ucrânia, mas não tem indicação de que uma decisão tenha sido tomada ou que material tenha sido entregue.

Líder da CIA convencido de que China pondera envio de armas para Moscovo
Notícias ao Minuto

17:17 - 26/02/23 por Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

"Estamos convencidos de que a liderança chinesa está a considerar fornecer material letal" para a Rússia, disse William Burns em entrevista à CBS.

Mas acrescentou que ignora que uma decisão final tenha sido tomada nem tem provas de entrega de armas à Rússia.

Os Estados Unidos acusam a China há uma semana de considerar fornecer armas à Rússia para apoiar sua ofensiva na Ucrânia, o que Pequim nega.

Segundo informações da imprensa, inclusive do Wall Street Journal, seriam 'drones' e munições em particular.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, expressou isso diretamente ao mais graduado diplomata chinês, Wang Yi, durante uma tensa reunião no último sábado em Munique, à margem de uma conferência sobre segurança.

Washington acredita que a China já está a fornecer material não letal para a Rússia através de empresas chinesas.

Por sua vez, o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, garantiu hoje à CNN que os Estados Unidos permanecem vigilantes a esse respeito e reafirmou o aviso de Washington a Pequim sobre as consequências de um fornecimento de armas a Moscovo.

"Continuaremos a enviar uma mensagem firme de que enviar ajuda militar à Rússia neste momento seria um grande erro e a China não deveria fazê-lo", disse ele.

Segundo Sullivan, a guerra na Ucrânia representa "sérias complicações" para os chineses, mas se Pequim decidir fornecer armas a Moscovo, isso geraria "custos reais".

A China apelou na sexta-feira, dia do primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia, a um cessar-fogo e defendeu que o diálogo é a única forma de alcançar uma solução viável para o conflito, numa proposta com 12 pontos.

O plano, divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, também pediu o fim das sanções ocidentais impostas à Rússia, medidas para garantir a segurança das instalações nucleares, o estabelecimento de corredores humanitários para a retirada de civis e ações para garantir a exportação de grãos, depois de interrupções no fornecimento terem causado o aumento dos preços a nível mundial.

O plano foi desvalorizado pela generalidade dos países ocidentais, apontando a proximidade entre a China e o Kremlin, mas o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu encontrar-se com o homólogo chinês, Xi Jinping, lembrando que a China "respeita a integridade territorial" dos países e deve "fazer os possíveis para retirar a Rússia" da Ucrânia.

Em entrevista à Lusa, na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu que a China está numa situação de equilibrismo em relação ao conflito na Ucrânia e que, se fornecer armamento à Rússia, Portugal e a União Europeia terão de rever as relações com Pequim.

Ao longo do último ano, a China evitou condenar a Rússia pela sua campanha militar na Ucrânia e acusou a NATO e os Estados Unidos de estarem a fomentar este conflito e "não terem em consideração as legítimas preocupações de segurança" de Moscovo.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, há exatamente um ano, 8.006 civis mortos e 13.287 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Embaixada dos EUA na Ucrânia recorda imagens de 2014: "Crimeia é Ucrânia"

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