"Admitir a culpa para mim equivale a ser enterrada viva. Até mesmo a sugestão de que eu possa fazer isso é ofensiva e os meus advogados já transmitiram isso em várias ocasiões", disse Amaglobeli, dois dias antes de a sentença ser proferida.
Inicialmente, a jornalista de 50 anos enfrentava entre quatro e sete anos de prisão por agressão, mas o procurador reclassificou o crime de que é acusada e Amaglobeli foi finalmente acusada de resistência à autoridade, o que pode acarretar entre dois a cinco anos de prisão.
A jornalista explicou que não aceitou um acordo com o Ministério Público porque não considerar que se tratou de um ataque.
"Desde o primeiro dia da minha detenção, declarei clara e repetidamente que não fujo às minhas responsabilidades, ao contrário da suposta vítima", disse a jornalista, referindo-se ao chefe da polícia que esbofeteou depois de ter sido insultada, como contou no passado.
Várias dezenas de simpatizantes da jornalista reuniram-se em frente ao tribunal, gritando: "Liberdade para Mzia!", "Aguenta, Mzia!".
Também assistiram à leitura da sentença alguns líderes da oposição, entre eles a ex-presidente Salomé Zurabishvili, que, em declarações a jornalistas, classificou o processo como "perseguição política à imprensa livre".
Amaglobeli foi detida a 11 de janeiro depois de ter esbofeteado o chefe da polícia de Batumi, imagens que foram transmitidas em direto pela televisão local.
Pouco depois da detenção, o representante permanente da UE na Geórgia, Pawel Herczynski, denunciou a "situação gravíssima do jornalismo" no país, descrevendo Amaglobeli como "um símbolo de coragem e da luta pela justiça".
Diplomatas, bem como organizações de direitos humanos, pediram a libertação de Amaglobeli devido ao estado de saúde, em particular a visão, que se deteriorou na prisão.
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