Jovens e forças de segurança envolvem-se em confrontos em Conacri

Grupos de jovens e forças de segurança guineenses envolveram-se hoje em confrontos nos subúrbios de Conacri, onde a oposição apelou a manifestações apesar da proibição de todos os comícios por parte da junta militar no poder.

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Lusa
16/02/2023 16:25 ‧ 16/02/2023 por Lusa

Mundo

República da Guiné

Vários bairros ao longo da estrada de Le Prince, que atravessa aquele subúrbio, foram palco de confrontos entre grupos de jovens, que atiraram pedras e montaram barricadas na estrada, e polícias militares e polícias, que tentaram dispersá-los com gás lacrimogéneo. Foram ouvidos disparos de armas.

Os confrontos terão começado na quarta-feira à noite.

A Frente Nacional para a Defesa da Constituição (FNDC), um grupo de defensores dos direitos cívicos, disse hoje que seis pessoas foram alvejadas, uma das quais estará em estado crítico.

A FNDC denunciou ainda a convocação pelas autoridades de unidades do exército como reforços.

"É uma situação preocupante para nós, e não compreendemos o que pode justificar tal decisão nesta fase", afirmou o porta-voz da Organização Guineense de Defesa dos Direitos Humanos, Alseny Sall, citado pela agência France-Presse (AFP).

A FNDC convocou uma marcha para exigir a libertação de três dos seus líderes presos e de todos os prisioneiros detidos por razões políticas, bem como o rápido regresso dos civis ao poder. Os principais partidos, praticamente reduzidos à inação, apelaram também à mobilização.

A Guiné-Conacri é governada por uma junta militar que tomou o poder através de um golpe de Estado em 05 de setembro de 2021, num dos vários golpes semelhantes na África Ocidental nos últimos dois anos. A junta militar no poder proibiu todas as manifestações desde 2022.

Os militares, liderados pelo coronel Mamady Doumbouya, comprometeram-se a entregar o poder aos civis após a realização de eleições, no final de um período durante o qual dizem querer concluir um vasto conjunto de reformas.

A junta concordou, sob pressão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), em limitar este período transitório a dois anos a partir de janeiro de 2023.

A oposição acusa a junta militar de ter tomado o poder e silenciado qualquer voz dissidente através de detenções de líderes políticos e da sociedade civil e do lançamento de investigações judiciais.

Os principais partidos recusam o diálogo com a junta militar sobre o conteúdo do chamado período de transição, nas condições estabelecidas pelas autoridades no poder em Conacri.

Leia Também: Ex-ditador da Guiné-Conacri diz ter sido derrubado por uma "conspiração"

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