O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, esta quarta-feira, que o dia de hoje foi "preparatório para uma perspetiva a longo prazo" da invasão russa, em que foram tratadas "questões de defesa" e "económicas", com "vista à primavera deste ano".
"Temos de assegurar que na primavera se sinta verdadeiramente que a Ucrânia está a caminhar para a vitória. Isto aplica-se ao treino das nossas forças de defesa, ao fornecimento de armas ao nosso país e à nossa iniciativa estratégica na guerra", explicou o chefe de Estado ucraniano na comunicação diária ao país, acrescentando que "quaisquer tentativas da Rússia em retomar a ofensiva devem ser frustradas".
A posição de Zelensky surge numa altura em que Kyiv e o Ocidente consideram que a Rússia pode avançar com uma ofensiva em grande escala nessa altura do ano.
O presidente ucraniano considerou ainda que a Rússia "já está a perder tantos dos seus povos, tantas das suas forças, que, em breve, será difícil encontrar, por exemplo, um fuzileiro" em todo o país.
Agora a estratégia da Ucrânia passa por "garantir que há cada vez menos desejo de manter os territórios ucranianos sob ocupação". "A libertação da nossa terra é o objetivo em que estamos a trabalhar todos os dias", garantiu.
Sobre a economia do país, o Zelensky afirmou que foram discutidas várias questões relacionadas com "a recuperação económica" e anunciou que foi criado um grupo de trabalho para a desminagem dos terrenos, de forma a ajudar o setor agrícola.
Estão também a ser preparados "novos passos significativos para a desregulamentação da economia ucraniana" e "para a criação de empregos".
"Cada emprego no nosso país é agora uma contribuição para a nossa resiliência. E é uma forma de trazer o nosso povo de volta à Ucrânia", frisou.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de sete mil civis morreram e cerca de 12 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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