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Onze civis enforcados pelo Exército Nacional na região do Lago Chade

Onze civis foram alegadamente enforcados pelo Exército Nacional Chadiano na região do Lago Chade, uma área onde as forças armadas estão a combater terroristas, como o grupo nigeriano Boko Haram, denunciou a Liga Chadiana para os Direitos Humanos (LTDH).

Onze civis enforcados pelo Exército Nacional na região do Lago Chade
Notícias ao Minuto

14:18 - 03/02/23 por Lusa

Mundo Chade

Os civis foram mortos a 22 de janeiro em Barkatom, uma cidade localizada na subprefeitura de Ngouboua, depois de terem sido torturados durante 17 dias de detenção num campo militar, disse a LTDH num comunicado divulgado hoje pelo meio local Alwihda Info.

Os corpos foram enterrados clandestinamente numa vala comum e cinco deles foram comidos por hienas, enquanto os outros seis foram exumados e enterrados num cemitério da aldeia, com a permissão do comandante do regimento.

Segundo a organização de direitos humanos, os membros do exército chadiano agiram sob as ordens do comandante.

As forças de defesa e segurança que operam na zona "sujeitam a população civil a vários abusos, tais como detenções arbitrárias, prisão ilegal, tortura, tratamentos desumanos e degradantes, extorsão de propriedade, execuções sumárias e extrajudiciais e violação", denunciou a organização não-governamental (ONG).

O Chade ratificou várias convenções que proíbem estes atos, "mas eles permanecem impunes", acrescentou a ONG.

A LTDH apelou a uma investigação independente e imparcial para esclarecer as graves violações dos direitos humanos que ocorrem nesta região do país, no contexto da luta contra o terrorismo.

Exigiu também que o Governo chadiano processe os perpetradores e os seus cúmplices para assegurar que se faça justiça.

Durante anos, o Lago Chade, uma área de mais de 25.000 quilómetros quadrados de pântanos, água e dezenas de ilhas partilhadas pela Nigéria, Níger, Camarões e Chade, tem sido um refúgio ideal para os fundamentalistas islâmicos do Boko Haram e o Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP).

Desde 2015, tanto Ngouboua como outras ilhas do Lago Chade têm sido alvos regulares de ataques pelos radicais de Boko Haram - uma organização nigeriana que opera nos países vizinhos há anos - ou pelo grupo formado após uma fragmentação.

Ambos os grupos procuram impor um Estado islâmico na Nigéria, um país com maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.

Boko Haram e o ISWAP já mataram mais de 35.000 pessoas e causaram cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, principalmente na Nigéria, mas também em países vizinhos como os Camarões, Chade e Níger, de acordo com dados do governo e da ONU.

Leia Também: Bases do EI no lago Chade bombardeadas com apoio dos EUA

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