Republicanos dos EUA investigam fraude maciça em despesa durante pandemia

A comissão de supervisão da Câmara de Representantes norte-americana, controlada pelos republicanos, centrou hoje a sua primeira investigação da legislatura na despesa federal realizada durante a pandemia de covid-19, alegando que houve uma fraude maciça nas ajudas concedidas.

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© Anna Moneymaker/Getty Images

Lusa
01/02/2023 20:10 ‧ 01/02/2023 por Lusa

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"Lamentavelmente, os democratas efetuaram pouca vigilância e proteção quanto ao desperdício de dinheiro. E o que é que acontece quando não há vigilância? Nada de bom", declarou o presidente dessa comissão, James Comer.

O seu objetivo, indicou, é demonstrar que houve poucos meios aplicados pelos democratas para evitar fraudes, identificar para onde foram esses fundos e determinar o que fazer para impedir que tal volte a verificar-se.

A Comissão de Transparência na Resposta à Pandemia (PRAC), um organismo fiscalizador federal criado em março de 2020, estima que só a potencial fraude nos pedidos aos programas de empréstimos por prejuízos económicos devido a desastre e aos de proteção com cheques ao portador se eleva a 5.400 milhões de dólares (4.956 milhões de euros, ao câmbio atual) durante a pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2.

"Não posso descartar que a fraude possa ser não só de dezenas de milhares de milhões, mas talvez, como alguns estimaram, de mais de 100 mil milhões [de dólares] (cerca de 91,6 mil milhões de euros)", disse o presidente do PRAC, Michael Horowitz, chamado a depor perante o auditor-geral do Gabinete de Transparência do Governo, Gene Dodaro, e o subdiretor do Gabinete de Investigações dos Serviços Secretos, David Smith.

Em plena pandemia, acrescentou Horowitz, "havia vontade de disponibilizar o dinheiro o mais rapidamente possível para garantir que chegava a tempo".

De acordo com Dodaro, há indícios de que efetivamente houve fraude, mas é impossível determinar a sua dimensão.

"Em primeiro lugar, as agências deveriam ter estado muito mais preparadas para impedi-la", observou.

Segundo o auditor-geral, a urgência na entrega de fundos dificultou a transparência e a prestação de contas exigida pela legislação, alertando para que, a menos que haja mudanças, o país não estará mais bem preparado no futuro perante novas emergências.

Gene Dodaro afirmou ainda esperar que o poder legislativo possa "criar soluções" para que, da próxima vez que sejam aprovados fundos de emergência, tal seja feito de modo a que estes cheguem a quem deles necessita e a que não se permita que este tipo de atividade fraudulenta "invada" os programas nacionais.

Mais de 1.000 pessoas foram declaradas culpadas nos Estados Unidos ou foram condenadas por acusações federais de fraude nos programas de ajuda relacionados com a pandemia de covid-19, mais de 600 pessoas e entidades enfrentam acusações semelhantes e o Departamento do Trabalho abre 100 novos casos de fraude por semana, segundo a comissão de supervisão.

James Comer adiantou que serão realizadas muitas mais destas audiências sobre "este tema importante": "Devemos ao povo norte-americano esclarecer o maior roubo de dólares dos contribuintes norte-americanos da história" do país.

Leia Também: EUA. FBI realiza buscas na casa de Joe Biden em Delaware

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