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Burkina Faso dá prazo de um mês para saída das tropas francesas do país

O Burkina Faso pediu esta semana a saída das tropas francesas do seu território no prazo de um mês, disse hoje à Agência de Informação do Burkina (AIB) uma fonte próxima do Governo não identificada.

Burkina Faso dá prazo de um mês para saída das tropas francesas do país
Notícias ao Minuto

00:00 - 22/01/23 por Lusa

Mundo Burkina Faso

"O Governo burquinabê denunciou na quarta-feira passada o acordo que tem regido a presença das forças armadas francesas no seu território desde 2018", anunciou a AIB.

"Esta denúncia, feita em 18 de janeiro de 2023, dá, nos termos do acordo de 17 de dezembro de 2018, um mês às forças armadas francesas para deixarem o território do Burkina Faso", prosseguiu a agência nacional burquinabê.

Segundo a fonte próxima do governo, as autoridades de Ouagadougou solicitaram "a partida dos soldados franceses num curto espaço de tempo".

"Isto não é uma rutura das relações com a França. A notificação apenas diz respeito aos acordos de cooperação militar", sublinhou a mesma fonte.

A França, antiga potência colonial do país, tem vindo a ser contestada no Burkina Faso há vários meses.

Várias manifestações, a última na sexta-feira, foram recentemente realizadas em Ouagadougou para exigir a retirada da França daquele país do Sahel, que acolhe um contingente de cerca de 400 operacionais das forças especiais francesas.

Na semana passada, Paris enviou ao país a secretária de Estado francesa para o Desenvolvimento, Francofonia e Acordos Internacionais, Chrysoula Zacharopoulou, que se reuniu com o Presidente para o período de transição, Ibrahim Traoré.

"A França não impõe nada, está disponível para criar um futuro em conjunto", afirmou a governante francesa durante a sua passagem por Ouagadougou, assegurando que não queria "influenciar qualquer escolha ou decisão, [porque] ninguém pode ditar as suas escolhas ao Burkina".

As atuais autoridades do Burkina Faso, que chegaram ao poder através de um golpe de Estado em setembro último, o segundo em oito meses, expressaram o desejo de diversificar as suas parcerias, particularmente na luta contra o extremismo islâmico, que se expande no país desde 2015.

Entre os novos parceiros previstos, é frequentemente apontada a aproximação da Rússia.

"A Rússia é uma escolha razoável nesta dinâmica, e "pensamos que a nossa parceria deve ser reforçada", disse hoje o primeiro-ministro para a transição, Apollinaire Kyelem de Tembela, no final de uma reunião com o embaixador russo no país, Alexey Saltykov.

Tembela fez uma visita discreta a Moscovo no início de dezembro.

Também as autoridades de transição no Mali, vizinho do Burkina Faso, fizeram as forças francesas abandonar o país, depois de nove anos de presença.

De acordo com múltiplas fontes, o Mali substituiu o contingente francês por operacionais do grupo paramilitar russo Wagner, que agora o apoiam na luta contra o extremismo islâmico.

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