Uma criança doou a sua coleção de Lycorma delicatula - uma espécie de insetos - à Universidade de Yale, nos Estados Unidos (EUA), depois de a sua paixão pelos invertebrados já ter feito algumas manchetes o ano passado. Bobbi Wilson, de nove anos, vai ainda ter uma cerimónia em sua honra no Museu Peabody, pertencente à universidade.
Tudo começou com uma visita ao museu, durante a qual a criança constatou que - entre as 1.5 milhões de invertebrados que estão representados -, não havia esta espécie.
Depois da visita, a criança enviou para o museu vários destes animais que tinha matado em novembro passado, sendo estes agora a única coleção desta espécie - que ganhou o nome de Bobbi.
Update Twitter fam! Bobbi’s spotted lanternflies are en route to Yale Entomology!
— Dr. Ijeoma Opara (@IjeomaOparaPHD) November 30, 2022
Sending good vibes as it makes its way and gets prepped to being @yalepeabody 1st specimens of the spotted lanternfly invasion of North America collected by Ms. Bobbi Wilson (9/) 🥰 pic.twitter.com/AQxMIG5RdQ
O departamento de estudo de insetos não costuma ter cerimónias para honrar todos os colecionadores, no entanto, os responsáveis explicaram que esta é uma situação diferente, em que se justificava assinalar o momento. "Ficámos todos tão comovidos com esta história que a comunidade Yale fez com que este evento acontecesse", justificaram.
E qual é o outro lado da história?
A visita de Bobbi Wilson aconteceu na sequência de um episódio que aconteceu em outubro passado, no estado norte-americano de Nova Jérsia, onde Bobbi mora. De acordo com as publicações norte-americanas, as autoridades foram chamadas até à casa da criança, onde esta estava a matar insetos no seu jardim - da espécie Lycorma delicatula -, por forma a ver-se livre da espécie invasora, que pode ser confundida com borboletas ou traças.
Segundo a imprensa, as autoridades foram chamadas por um vizinho, que disse aos agentes que estava assustado porque "uma mulher negra pequena" estava a pulverizar alguma coisa no passeio e nas árvores - era Bobbi, que estava a desinfestar o local com uma solução natural criada por ela.
A família não se manteve calada e acusou o vizinho de preconceitos raciais. A história chegou a outras partes dos EUA, incluindo ao estado de Connecticut, onde uma professora de Saúde Pública da universidade de Yale estava, acabando por convidar Bobbi e a irmã para visitarem o local, e conhecerem alguns cientistas.
Twitter fam, thank you for helping me to find the family of the 9 year old girl from NJ who had the police called on her by her neighbor for collecting lantern flies. I connected with them & invited them to @yale for a Black girl led Science Tour! Yesterday—HISTORY was MADE (1/) pic.twitter.com/NV1CGp8Qss
— Dr. Ijeoma Opara (@IjeomaOparaPHD) November 17, 2022
“Uma parte da minha pesquisa concentra-se em empoderar e possibilitar que raparigas negras lutem o racismo e desigualdade de género. Soube da história de Bobbi, foi pessoal para mim e eu queria fazer tudo ao meu alcance para garantir que essa memória ruim fosse substituída por uma um bom", explicou.
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