O Ministério da Economia anunciou num comunicado que iria convidar os líderes sindicais para "negociações sinceras e construtivas" sobre níveis salariais "justos e razoáveis" em 2023-24, e prometeu um "espírito de cooperação".
Em paralelo, revelou que pretende introduzir legislação nas próximas semanas para dificultar as greves de funcionários públicos de serviços essenciais.
O executivo estabelecerá "níveis mínimos de segurança" no que respeita ao número de bombeiros, serviços de ambulância e caminhos-de-ferro que devem ser mantidos durante uma paralisação.
O ministro da Economia, Grant Shapps, argumentou que a nova lei "vai restabelecer o equilíbrio entre aqueles que querem fazer greve e proteger a população de perturbações desproporcionadas".
A confederação sindical Trades Union Congress (TUC) classificou a iniciativa "um ataque ao direito à greve" e avisou que a medida não vai ajudar a desbloquear a contestação laboral em curso.
"Significa que, quando os trabalhadores votarem democraticamente para fazer greve, podem ser forçados a trabalhar e despedidos se não o fizerem. Isso é errado, impraticável, e quase certamente ilegal", afirmou o secretário-geral, Paul Nowak.
O Governo disse que espera sentar-se com os líderes sindicais para discutir factos sobre salários e condições de trabalho que serão submetidos aos organismos independentes de análise que regulam os salários em partes do setor público.
O anúncio coincide com uma greve de maquinistas hoje no Reino Unido, que imobilizou grande parte dos serviços no país, à qual se segue outra paralisação de 48 horas de outros trabalhadores ferroviários na sexta-feira e sábado.
Os sindicatos reivindicam, tal como outros do setor público, dizem que os salários não acompanharam o ritmo de crescimento do custo de vida, tendo em conta que a inflação se encontra atualmente nos 10,7%, impulsionada pelo custo elevado da energia e alimentação.
Enfermeiros, motoristas de ambulâncias e autocarros, trabalhadores dos correios e pessoal de terra nos aeroportos fizeram greve em dezembro e sindicatos dos professores estão atualmente a consultar os membros sobre possíveis ações.
Entretanto, os trabalhadores das ambulâncias vão voltar a parar nos dias 11 e 23 de janeiro e os enfermeiros farão o mesmo nos dias 18 e 19 de janeiro.
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