Cerca de metade das linhas ferroviárias do Reino Unido estão fechadas, e apenas 20% dos serviços estão a funcionar devido à greve dos membros do sindicato dos Caminhos-de-Ferro, Marítimos e Transportes (RMT), que também vão parar na quarta-feira, sexta-feira e sábado.
Em algumas partes do país, incluindo a maior parte da Escócia e do País de Gales, os serviços ferroviários estão totalmente suspensos.
Entretanto, os maquinistas do sindicato Aslef vão fazer greve na quinta-feira.
A gestora da rede ferroviária, Network Rail, apelou aos britânicos para "só viajarem se for absolutamente necessário".
Em causa estão reivindicações por melhores condições de trabalho e salários, mas o Governo britânico alega que as exigências de aumentos próximos da taxa de inflação de 10,7% são insustentáveis.
O ministro dos Transportes, Mark Harper, instou os líderes sindicais a virem à mesa das negociações e alegou que está na mesa uma "oferta salarial muito justa".
Mas o líder do RMT, Mick Lynch, já recusou tal proposta.
"O que continuamos a ouvir são as mesmas coisas do Governo em todos os setores que querem facilitar um acordo, mas na realidade não fazem nada", afirmou Mick Lynch, em declarações à estação britânica Sky News.
As companhias ferroviárias e o Governo argumentam que precisam de mudar a forma como a rede ferroviária funciona para controlar os custos, uma vez, segundo sustentam, a pandemia de covid-19 reduziu o volume de tráfego de passageiros.
Mas os trabalhadores ferroviários, tal como outros que trabalham no setor público, afirmam que os salários não estão a acompanhar o ritmo do aumento do custo de vida, que disparou sobretudo devido ao custo da energia e da alimentação.
Enfermeiros, funcionários dos aeroportos, motoristas de ambulâncias e de autocarros e trabalhadores dos correios também fizeram greve em dezembro e vários têm novas paralisações previstas para o mês em curso.
Motoristas de ambulâncias anunciaram greves para os dias 11 e 23 de janeiro e os enfermeiros para 18 e 19 de janeiro, ameaçando intensificar a pressão sobre os hospitais britânicos, já em dificuldades devido ao número elevado de casos de gripe.
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