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ONU sobre Sudão do Sul: "Estão a passar por sofrimento inimaginável"

As Nações Unidas alertaram para o "sofrimento inimaginável" que o povo do Sudão do Sul atravessa devido ao recrudescimento da violência e às inundações contínuas e apelaram à "redução das vulnerabilidades e riscos de proteção" no país africano.

ONU sobre Sudão do Sul: "Estão a passar por sofrimento inimaginável"
Notícias ao Minuto

14:00 - 23/12/22 por Lusa

Mundo Sudão do Sul

"As pessoas estão a passar por um sofrimento inimaginável. Não podemos deixar para trás os mais vulneráveis", disse a coordenadora humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Sudão do Sul, Sara Beysolow Nyanti, que sublinhou que a falta de financiamento ameaça deixar milhões de pessoas em risco.

Nyanti afirmou, ainda que para fazer face a estes problemas é preciso que sejam encontradas "soluções a longo prazo" de financiamento.

"Precisamos de soluções a longo prazo para colmatar as lacunas de financiamento e preparar o caminho para o desenvolvimento", afirmou, após o Subsecretário-Geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, ter libertado 14 milhões de dólares (cerca de 13,2 milhões de euros) do Fundo Central de Resposta de Emergência (CERF, na sigla em inglês) para ajudar mais de 262.000 pessoas no país.

A coordenadora humanitária salientou, ainda, que "este financiamento ajudará a reduzir a vulnerabilidade e os riscos de proteção das pessoas através de atividades implementadas pelas agências humanitárias da ONU no Sudão do Sul, assegurando simultaneamente que a ajuda chegue às pessoas necessitadas o mais rapidamente possível".

As Nações Unidas especificaram que as pessoas afetadas sofreram choques múltiplos que levaram a deslocamentos secundários e mesmo terciários e ao aumento dos riscos de proteção. A ajuda visará principalmente os residentes nos estados da Unidade, Alto Nilo, Norte de Bahr el Ghazal, Jonglei e Warrap, bem como na área administrativa disputada de Abyei com o Sudão.

Nyanti defendeu a necessidade de dar prioridade à população com necessidades mais agudas entre as comunidades deslocadas e de acolhimento. "Mulheres, raparigas e idosos, pessoas com necessidades específicas e pessoas deixadas para trás em áreas de difícil acesso devido a restrições de movimento suportam frequentemente o fardo de crises prolongadas e necessitam desesperadamente de apoio", disse.

As alterações climáticas, os conflitos e o aumento dos preços dos alimentos estão a empurrar as comunidades já vulneráveis para a beira do abismo num país que sofreu cinco anos consecutivos de graves inundações, que destruíram campos e deixaram quase 70% do país inundado, forçando quase um milhão de pessoas a fugir das suas casas em busca de alimentos e abrigo.

O Sudão do Sul tem um Governo de unidade que foi instituído na sequência da concretização do acordo de paz de 2018 entre o Presidente, Salva Kiir, e o líder rebelde Riek Machar, que resultou no regresso deste último como primeiro vice-presidente do país.

Apesar do declínio da violência por conflito político, o país tem assistido a um aumento dos confrontos intercomunitários, motivado principalmente por roubos de gado e disputas entre pastores e agricultores nas zonas mais férteis do país, especialmente devido ao aumento da desertificação e do deslocamento da população.

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