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Burkina Faso expulsa 2 franceses detidos por supostos atos de espionagem

As autoridades do Burkina Faso anunciaram hoje a expulsão do país de dois cidadãos franceses detidos por alegados atos de espionagem, numa altura em que as tensões bilaterais crescem, após acusações de ligação do país africano ao grupo Wagner.

Burkina Faso expulsa 2 franceses detidos por supostos atos de espionagem
Notícias ao Minuto

13:11 - 22/12/22 por Lusa

Mundo Burkina Faso

Segundo a agência noticiosa estatal do Burkina Faso, AIB, os suspeitos foram detidos na noite de 17 para 18 de dezembro pelo seu interesse nas atividades das forças de segurança na luta contra o terrorismo, sendo que até agora não foram dados mais detalhes da ocorrência.

A decisão surge no meio de crescentes tensões bilaterais entre a junta militar do Burkina Faso e a França, que criticou a aproximação entre Ouagadougou e Moscovo, no meio de denúncias do alegado destacamento de mercenários do grupo paramilitar russo Wagner, propriedade de um oligarca próximo do Presidente russo, Vladimir Putin.

Nos últimos seis anos, o Burkina Faso procurou conter a violência fundamentalista islâmica no seu território, a qual provocou a morte de milhares e obrigou cerca de 2 milhões de pessoas a abandonarem as suas áreas de residência.

A falta de resultados na contenção da insurgência fundamentalista islâmica resultou em dois golpes de Estado perpetrados este ano pelos militares do Burkina Faso.

Governado por uma junta militar desde o golpe de janeiro contra o então Presidente, Roch Marc Christian Kaboré, o país tem vivido um aumento significativo da insegurança desde 2015. Os grupos extremistas controlam aproximadamente 40% do território do Burkina Faso.

A junta é agora chefiada por Ibrahim Traoré, que liderou uma revolta em setembro que foi considerada um "golpe palaciano" (um golpe de Estado pelo qual um governante é removido por forças pertencentes ao mesmo Governo, sem seguir as normas legais estabelecidas para a substituição das autoridades) por um setor oposto ao então líder, Paul-Henri Sandaogo Damiba.

Os ataques, perpetrados tanto pela Al-Qaida como pelas filiais do grupo extremista Estado Islâmico na região, também contribuíram para um aumento da violência intercomunitária e conduziram a um florescimento de grupos de autodefesa, aos quais o Governo do Burkina Faso acrescentou "voluntários" para ajudar na luta contra o terrorismo. A deterioração da situação de segurança levou a uma vaga de deslocados internos e refugiados para outros países da região.

Leia Também: Ligações ao grupo Wagner? Burkina Faso retira embaixador no Gana

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