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Líderes da UE dizem que 'Qatargate' é prejudicial e deve ser esclarecida

Os líderes da União Europeia (UE) qualificaram esta quarta-feira como "prejudicial" e "horrível" o escândalo da alegada corrupção no Parlamento Europeu ligado ao Qatar, e concordaram que, para já, há que deixar a justiça esclarecer exatamente o que aconteceu.

Líderes da UE dizem que 'Qatargate' é prejudicial e deve ser esclarecida
Notícias ao Minuto

16:30 - 14/12/22 por Lusa

Mundo Qatargate

A primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, admitiu que "é verdade que diferentes países estão a tentar interferir na tomada de decisões da UE", pelo que considerou necessário "reconsiderar todas as relações" que a União tem para "ver como fazer a colaboração" com países terceiros.

À chegada à cimeira dos 27, em Bruxelas, com os líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Kallas acrescentou que "é muito sério" o caso que envolve a eurodeputada grega Eva Kaili, entretanto destituída do cargo de vice-presidente do Parlamento Europeu, e "muito prejudicial" para os políticos que têm lutado para mostrar que as decisões são tomadas com base nos valores corretos.

Para o líder luxemburguês, Xavier Bettel, é "horrível" que o caso tenha afetado uma Europa que "é o templo dos valores" e "difícil dizer às pessoas que têm de ser solidárias e depois ver que outros recebem dinheiro".

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, deu o seu "total apoio" à presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, porque "fez um excelente discurso nas últimas 48 horas", referindo-se às declarações em que esta assumiu "fúria, raiva e tristeza" com o caso de corrupção que envolve membros da assembleia a que preside.

"O melhor que podemos fazer é deixar a justiça funcionar", afirmou, por seu turno, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, à chegada para cimeira em Bruxelas.

O primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, defendeu a necessidade de um organismo que supervisione o cumprimento das normas éticas e considerou que as regras devem aplicar-se "a todos os membros do Parlamento Europeu".

"A população tem de ter confiança nas instituições da UE e, em particular, no Parlamento Europeu, porque aumentou os seus poderes ao longo dos anos", lembrou, referindo-se ao facto de aquele órgão ser colegislador da União em conjunto com os Estados-membros.

Hoje prestarem declarações perante o juiz belga que lidera o caso a agora ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, Eva Kaili, o seu companheiro e assessor, Francesco Giorgi, o ex-eurodeputado Pier Antonio Panzeri, para além do lobista e diretor da organização não-governamental (ONG) Sem Paz Sem Justiça, Niccolò Figà-Talamanca.

A justiça belga deverá decidir hoje se permanecem em prisão preventiva.

Os quatro são acusados, no chamado caso "Qatargate" por envolver alegadamente favores ao país organizador da edição 2022 do campeonato mundial de futebol, de envolvimento numa organização criminosa, branqueamento de capitais e corrupção.

Numa investigação ainda em aberto, a polícia belga encontrou mais de um milhão e meio de euros em dinheiro nas casas de Kaili e Panzeri.

Alexander De Croo, o primeiro-ministro da Bélgica, felicitou a justiça e a polícia do seu país "por terem descoberto este caso".

"É bom que as autoridades judiciais e policiais belgas tenham descoberto, mas também mostra que o Parlamento Europeu precisa de melhorar os seus próprios procedimentos internos", defendeu De Croo.

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