O acordo compromete-se a estabelecer um novo Governo de transição liderado por civis para conduzir o país às eleições e oferece um caminho a seguir na sequência da transição estagnada do Sudão para a democracia após o golpe de Estado em 25 de outubro de 2021.
O acordo - o primeiro de pelo menos dois acordos previstos - foi assinado pelos generais no poder do Sudão, Abdel-Fattah el-Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo, e pelos líderes do maior grupo pró-democracia do Sudão, Forças de Liberdade e Mudança, no Palácio Republicano de Cartum.
No entanto, várias das principais forças políticas dissidentes do Sudão boicotaram o acordo, incluindo a rede de base pró-democracia do Sudão, conhecida como o Comité da Resistência, que se tem recusado continuamente a negociar com os generais no poder.
Muitos dos antigos líderes rebeldes, que formaram o seu próprio bloco político, também rejeitaram o acordo, argumentando que este serve apenas os interesses dos militares e das Forças de Liberdade e Mudança. O acordo, cujo esboço foi visto pela Associated Press, prevê o afastamento dos militares da política.
O Sudão, um dos países mais pobres do mundo, continua submerso numa crise política e económica desde o golpe de Estado liderado pelo chefe do exército, general Abdel Fattah al-Burhan.
Al-Burhan derrubou os membros civis do Governo que deveriam liderar o país rumo à democracia, após 30 anos de ditadura de Omar al-Bashir, que caiu na sequência de um outro golpe militar levado a cabo pelo Exército em 2019, sob pressão das manifestações de rua.
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