"As ilhas Faroé têm toda a razão em estender o acordo de pesca existente com a Rússia, no qual trocamos quotas de pesca com os russos. [...] Para nós, este acordo é muito mais do que a pesca", disse ao diário dinamarquês Jyllands-Posten o ministro das Pescas, Árni Skaale, sublinhando, porém, que condena "todas as formas de guerra, como na Ucrânia".
Desde 1977 que o acordo, renovável anualmente, abrange as quotas de captura de várias espécies (nomeadamente bacalhau, arinca, badejo e arenque) no mar de Barents para os pescadores do arquipélago e nas águas das ilhas Faroé para os russos.
Segundo o Ministério das Pescas, o acordo constitui 5% do Produto Interno Bruto (PIB) das Ilhas Faroé.
Localizado no Atlântico Norte entre a Escócia e a Islândia, este arquipélago de 54.000 habitantes tem desde 1948 um estatuto totalmente autónomo em relação à Dinamarca e é livre para conduzir sua própria política comercial.
A Rússia é um dos principais parceiros comerciais do território desde a disputa entre a Islândia e as ilhas Faroé e a UE sobre as quotas de cavala e arenque entre 2010 e 2014.
O embargo europeu ao peixe das ilhas Faroé levou o arquipélago a explorar outros mercados.
"Hoje só temos acordos de livre comércio com seis países - e não com a UEE. Se nos desligarmos de um dos mercados com os quais temos acordos, isso pode ser problemático para toda a próxima geração. É por isso que nos soa tão vazio quando os políticos europeus dizem que devemos simplesmente parar de cooperar com os russos", argumentou Skaale.
No entanto, ao longo da semana, o Governo do arquipélago indicou que pretende estudar alternativas ao acordo com Moscovo após as eleições de 08 de dezembro.
No final de outubro, as vizinhas Noruega e Rússia concordaram com cotas de pesca no Mar de Barents para 2023.
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