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Mediterrâneo. UE pede "mais" para diminuir diferenças entre margens

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, disse hoje que é preciso "fazer mais" para diminuir as diferenças entre as duas margens do Mediterrâneo, "uma das fronteiras mais desiguais" em todo o mundo.

Mediterrâneo. UE pede "mais" para diminuir diferenças entre margens
Notícias ao Minuto

12:21 - 24/11/22 por Lusa

Mundo UE

"Temos de fazer mais e temos de o fazer juntos. Acima de tudo, temos de aumentar esforços para diminuir a diferença entre as duas margens do Mediterrâneo, (...) uma das fronteiras mais desiguais do mundo", afirmou Josep Borrell, em Barcelona, na abertura do 7.º Fórum Regional da União para o Mediterrâneo (UpM), que junta a UE, os seus 27 Estados-membros e mais 15 países do Mediterrâneo.

Borrell destacou que a UpM existe desde 2008 e o Fórum Regional da organização tem já sete anos, mas as diferenças entre as duas margens do Mediterrâneo não estão a diminuir, pelo contrário, como acontece a nível económico.

O Produto Interno Bruto (PIB) 'per capita' é seis vezes inferior ao da UE no resto dos países da UpM, sublinhou Borrell, que acrescentou que o sul do Mediterrâneo "continua a ser uma das regiões menos integradas economicamente do mundo".

O chefe da diplomacia europeia defendeu, por isso, "mais impacto no terreno" da ação da UpM, lembrando compromissos assumidos dentro da organização, já quase com uma década, que nunca avançaram, como a criação de uma "rede de transportes", que teria consequências relevantes a nível de investimento, criação de emprego ou mobilidade.

Borrell chamou a atenção para o caso da juventude, sublinhando que "a região do Mediterrâneo tem uma das populações mais jovens do mundo", essencialmente, na margem sul, com metade das pessoas que vive no norte de África e no Médio Oriente a terem menos de 24 anos.

No entanto, no sul do Mediterrâneo há poucas oportunidades de emprego e baixa formação entre a população ativa mais jovem, acrescentou.

Borrell copreside ao 7.º Fórum Regional da UpM com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, que na abertura do encontro afirmou também que "as crises nas duas margens" do Mediterrâneo têm aumentado.

Ayman Safadi lembrou que a UpM é herdeira da Conferência Euro-mediterrânica, constituída em 1995 em Barcelona, com o objetivo de trabalhar na paz e na prosperidade da região, mas que esse objetivo não está alcançado e "há desafios crescentes por todo o lado".

Borrell e Safadi concordaram em como a guerra na Ucrânia aumentou os problemas na região, sobretudo, a nível da energia e da segurança alimentar, e o ministro jordano pediu que se ataque "a raiz" de crises como a imigração ilegal, alterações climáticas, refugiados ou "fundamentalismos e extremismos".

Safadi comparou ainda a situação na Ucrânia, atacada militarmente pela Rússia, com a da Palestina, com territórios ocupados por Israel, afirmando que nos dois casos tem de haver respeito pelo Direito Internacional e apoio a que as respetivas populações vivam "em paz e em liberdade".

O secretário-geral da UpM, Nasser Kamel, por seu turno, pediu mais recursos para a organização.

A UE, os seus 27 Estados-membros e mais 15 países do Mediterrâneo estão hoje reunidos em Barcelona com o objetivo de melhorar "a cooperação, o desenvolvimento e a integração" na região euro-mediterrânica.

Neste 7.º Fórum Regional da UpM, um encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros (MNE), Portugal está representado pelo ministro João Gomes Cravinho.

Na abertura, foi ratificada a adesão da Macedónia do Norte à UpM, passando este grupo a ter 43 países-membros a partir de hoje.

A seguir ao fórum, terá lugar o encontro UE - Vizinhança Sul, mais restrito, que junta os países do bloco comunitário e outros oito do Mediterrâneo com quem tem acordos de associação (Argélia, Egito, Israel, Jordânia, Líbano, Marrocos, Tunísia e Autoridade Palestiniana).

Leia Também: Países da UE e do Mediterrâneo em Barcelona para melhorar cooperação

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