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República do Chipre do Norte em organização turcófona causa polémica

A Turquia afirmou hoje que a autoproclamada República Turca de Chipre do Norte (RTCN) aderiu à Organização de Estados turcófonos (OET) como membro observador, um anúncio que não foi confirmado pelos restantes países.

República do Chipre do Norte em organização turcófona causa polémica
Notícias ao Minuto

19:10 - 11/11/22 por Lusa

Mundo Turquia

No decurso de uma cimeira da OE em Samarcanda, terceira cidade do Uzbequistão, o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan "agradeceu" aos membros desta organização por terem "aceitado a República de Chipre do Norte como membro observador".

"A República de Chipre do Norte foi aceite como membro observador da Organização dos Estados turcófonos. Estaremos sempre e em toda a parte do vosso lado #RTCN", indicou por sua vez no Twitter o chefe da diplomacia turca, Mevlut Çavusoglu.

No entanto, os restantes membros da OET não confirmaram a adesão da RTCN -- apenas reconhecida por Ancara --, como observador, com o Uzbequistão, anfitrião do encontro, e o Cazaquistão a emitirem incertezas sobre o anúncio turco, sem o desmentirem formalmente.

"Não foi assinada qualquer resolução específica sobre Chipre do Norte" durante a cimeira, declarou aos 'media' Vladimir Norov, chefe da diplomacia uzbeque, recordando o compromisso do seu país para com a "integridade territorial dos Estados".

O Presidente cazaque, Kassym-Jomart Tokaiev, também sublinhou durante a cimeira a importância da "integridade territorial de todos os Estados", sem mais precisões. Horas depois, a diplomacia cazaque afirmou que estas declarações se relacionavam com o pedido turco de integrar a RTCN como membro observador, indicou a agência noticiosa AFP.

A autoproclamada RTCN surgiu na sequência da invasão de 1974 de Chipre pelo exército turco, em reação a um fracassado golpe de Estado promovido por nacionalistas cipriotas gregos. A ilha permanece atualmente dividida, com o Governo cipriota a controlar a parte sul da ilha, cerca de 65% do território e membro da União Europeia (UE) desde 2004.

A OET, previamente designada "Conselho Turcófono" e fundada em 2009, reúne os países designados turcófonos, que partilham raízes culturais, linguísticas e religiosas.

Para além da Turquia, a plataforma agrupa quatro ex-repúblicas soviéticas do Cáucaso (Azerbaijão) e da Ásia central (Cazaquistão, Quirguistão e Uzbequistão), e ainda dois países observadores, o Turquemenistão -- outra ex-república soviética da Ásia central -- e a Hungria.

A OET é encarada pela Turquia como um instrumento que lhe permitirá ampliar a sua influência na Ásia central, região dominada há décadas por Moscovo e que, apesar da dissolução da União Soviética, manteve o predomínio na região através de alianças militares e económicas.

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