O anúncio do lançamento desta ponte aérea humanitária ocorre no mesmo dia em que o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, se encontra no Burkina Faso, país onde se estima que até um milhão de pessoas vivam atualmente em áreas sob bloqueio, de acordo com dados das Nações Unidas.
Bruxelas sublinha que "algumas áreas não recebem qualquer fornecimento de alimentos há vários meses" e os "stocks de alimentos e outros artigos estão completamente esgotados, levando ao encerramento do mercado", razão pela qual o comissário europeu, que hoje se reuniu com o primeiro-ministro, Appolinaire Joachim Kyelem de Tambela, "reiterou o apelo da UE para o pleno acesso humanitário a todas as populações necessitadas em todo o país", de acordo com uma nota de imprensa do executivo comunitário.
Apontando que a UE já prestou ao longo deste ano, através de vários financiamentos e mecanismos, cerca de 140 milhões de euros em apoios ao Burkina Fase, Bruxelas lamenta que "a crise complexa e volátil" no país, um dos 10 mais pobres do mundo e palco de dois golpes de Estado em menos de um ano, o mais recente em setembro, continue a "deteriorar-se de forma rápida e grave".
"Em muitas partes do país, a produção de alimentos agrícolas é inexistente devido à falta de acesso aos campos. Nessas zonas, a população encontra-se, portanto, em alto risco de fome. Além disso, o país está a sofrer uma crise de insegurança alimentar agravada e sem precedentes e uma deterioração significativa no acesso à água e aos serviços sociais básicos. Durante a estação de escassez, estima-se que 3,45 milhões necessitarão de assistência alimentar de emergência", adverte a Comissão.
Bruxelas nota também que "o conflito interno tem-se intensificado, espalhando-se por cada vez mais regiões do país" e "a violência armada tem causado deslocações maciças da população e está a visar cada vez mais os civis".
De acordo com a Comissão Europeia, "a ajuda humanitária da UE centra-se principalmente na prestação de assistência alimentar, saúde, nutrição, abrigo de emergência, acesso a água e saneamento, bem como proteção às pessoas necessitadas".
A ajuda humanitária da UE contempla também apoio às pessoas deslocadas internamente e às populações de acolhimento afetadas pelo conflito armado em curso, bem como preparação e educação em caso de emergência para aqueles que mais necessitam.
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