"Neste aniversário sombrio, homenageamos o povo sudanês que continua a exigir liberdade, paz e justiça sob um governo democrático e recordamos os que morreram enquanto perseguiam esses objetivos", destaca Blinken, num comunicado divulgado hoje pelo Departamento de Estado norte-americano (equivalente ao Ministério dos Negócios Estrrangeiros).
Segundo o secretário de Estado dos EUA, "o povo sudanês mostrou-se inabalável na sua aspiração por um governo liderado por civis que mostre respeito pela sua dignidade e responda às suas necessidades".
Referindo-se às manifestações de protesto contra o golpe militar, encabeçado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, que ocorrem de forma quase contínua a um ritmo semanal, Blinken considera que "a disposição contínua dos manifestantes sudaneses, muitas vezes diante da repressão violenta pelas forças de segurança, de se manifestar em apoio ao fim do regime militar é profundamente inspiradora".
"Os Estados Unidos saúdam iniciativas inclusivas para encontrar uma saída da crise política do Sudão que ponha fim ao regime militar e restaure a transição democrática do país", garante Blinken, acrescentando que os EUA continuam a apoiar o Mecanismo Tripartido -- que integra a ONU, União Africana e Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento da África Oriental (IGAD, no acrónimo em inglês).
Os EUA exortam "todos os atores sudaneses a priorizarem o envolvimento construtivo no diálogo" e consideram que "o tempo é essencial para chegar a um acordo sobre uma nova estrutura de transição e um governo liderado por civis para levar adiante a transição democrática do Sudão".
"Alcançar um novo governo liderado por civis é a chave que destrava a retomada da assistência internacional", acentua, e conclui garantindo que Washington está pronto a "usar todas as ferramentas" disponíveis "contra os que procuram dificultar o progresso em direção à transição democrática do Sudão".
"Como fizemos há um ano, continuamos a rejeitar o regime militar e apoiamos o povo do Sudão nas suas exigências por liberdade, paz e justiça para todos".
Desde há um ano que o país, um dos mais pobres do mundo, tem vindo a afundar-se ainda mais na crise política e económica.
Uma saída para a crise parece difícil de encontrar, apesar dos esforços de mediação internacional para levar civis e militares à mesma mesa de negociações.
Quanto à situação económica, só está a piorar: entre a inflação de três dígitos e a escassez de alimentos, um terço dos 45 milhões de pessoas do Sudão passa fome.
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