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Movimento de líder xiita recusa-se a participar no novo Governo iraquiano

O movimento do líder xiita Moqtada al Sadr anunciou hoje a sua recusa em participar no próximo governo do Iraque, dois dias após a nomeação do novo primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Shia al Sudani.

Movimento de líder xiita recusa-se a participar no novo Governo iraquiano
Notícias ao Minuto

13:16 - 15/10/22 por Lusa

Mundo Iraque

"Nós afirmamos a nossa recusa categórica em participar (...) numa equipa do governo liderada pelo atual primeiro-ministro designado", declarou num comunicado à imprensa Mohamed Saleh al-Iraki, um amigo próximo de Moqtada Sadr.

O Parlamento, dominado pelo Quadro de Coordenação, a coligação de partidos pró-Irão que inclui opositores de Sadr, finalmente conseguiu eleger na quinta-feira um novo Presidente, Abdel Latif Rashid, após um ano de paralisia política.

Rashid nomeou e instruiu Al Sudani a formar um Governo também na quinta-feira, naquele que é o primeiro passo para sair da crise após vários meses de extrema violência nas ruas de Bagdad.

"Quem participar nos ministérios deste governo e ao lado dele, por qualquer motivo, absolutamente não nos representará (...) e será considerado afastado das nossas fileiras", acrescentou no comunicado Mohamed Saleh al-Iraki, cuja identidade é mantida em segredo sob um nome falso, mas que seria um importante responsável "sadrista".

Al Sudani tem 30 dias, de acordo com a Constituição, para formar o seu governo.

Para os "sadristas", Al Sudani é considerado muito próximo do antigo primeiro-ministro Nouri al-Maliki, um inimigo histórico de Sadr.

Al Sudani, que integra o Quadro de Coordenação, uma coligação de influentes fações xiitas pró-Irão, apresentou-se previamente como candidato a primeiro-ministro.

A sua decisão de apresentar uma candidatura prévia esteve na origem de uma forte tensão interna que esteve perto de degenerar numa guerra civil, após os apoiantes do influente clérigo xiita Moqtada al Sadr terem ocupado em 30 de julho o parlamento, e durante duas semanas, para impedir a sua investidura.

O primeiro-ministro cessante, Mustafa al Kazemi, felicitou em mensagem na rede social Twitter, na quinta-feira, a designação de Al Sudani e apelou a "todas as forças políticas a cooperar e a integrarem-se, desejando êxito na missão de formar Governo para garantir as aspirações do nosso honorável povo".

A tensão entre Al Sadr, que em finais de agosto anunciou a sua retirada da política, e o Quadro de Coordenação de Al Sudani intensificou-se após a ocupação do parlamento pelos seguidores do clérigo e uma intensa troca de acusações sobre as responsabilidades relacionadas com o persistente bloqueio político no país árabe.

Este último impasse impediu a designação de um Presidente da República durante três sessões parlamentares, a formação de um Governo ou a aprovação do orçamento, enquanto o executivo em funções era forçado a adotar medidas urgentes para suster o impacto da severa crise económica e social que atinge o Iraque.

De acordo com o sistema estabelecido no Iraque em 2003 para a partilha do poder, imposto após a queda de Saddam Hussein, o presidente do parlamento deve ser um muçulmano sunita, o primeiro-ministro um xiita e o chefe de Estado um curdo.

Leia Também: Parlamento iraquiano retoma atividade apesar da instabilidade

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