O historiador e jornalista José Milhazes considera que a guerra na Ucrânia se está a fazer agora "a outro nível" com a "destruição de infraestruturas".
"Neste momento, a guerra está-se a fazer já a outro nível, ao nível da destruição das infraestruturas. Depois daquela retaliação de segunda-feira, temos vindo a assistir a uma intensa guerra contra as infraestruturas vitais da Ucrânia: eletricidade, aquecimento, água", destacou, em comentário na SIC Notícias esta manhã.
O comentador analisou os últimos desenvolvimentos do conflito, apontando que, em muitas regiões da Ucrânia, já não é possível ter eletricidade 24 horas por dia e que os conselhos à população são para dar prioridade à utilização do gás ao invés da eletricidade.
"Se continuarem a bombardear [o país] dessa forma, isso vai ter consequências muito funestas para a população ucraniana, que vai ter de atravessar um inverno mesmo muito duro", explicou.
O historiador destacou ainda que as forças ucranianas estão "a avançar devagarinho, mas em direção a Kherson".
Apesar disso, o país "precisa urgentemente de meios de defesa antiaérea". Nesse sentido, as ofertas já anunciadas por alguns membros da NATO ajudarão a "reforçar a capacidade defensiva" das tropas ucranianas.
José Milhazes salienta ainda que, mesmo não o reivindicando, a Ucrânia tem tentado "enfraquecer a logística russa e criar problemas pelo menos nas regiões fronteiriças" com "explosões sistemáticas em grandes cidades perto da fronteira".
Estamos em guerra, se a Rússia tem o direito de atacar território ucraniano, a Ucrânia tem direito de atacar território russo. É a lógica da guerra."
Sobre proposta da criação de um centro de distribuição de gás russo na Turquia para fornecer países europeus, Milhazes aponta que os planos de Putin "não são muito realistas", até porque os países europeus ainda têm forma de adquirir gás russo, mas não o fazem devido às sanções.
"Um dos problemas mais graves agora é tentar encontrar a tal fórmula 'mágica' de pôr fim à guerra", declarou, admitindo que o presidente da Turquia "está a fazer grandes esforços".
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