"Espanha condena energicamente os ataques levados a cabo hoje pelas forças armadas russas contra Kiev e outras cidades ucranianas e os da madrugada de domingo contra zonas residenciais da cidade ucraniana de Zaporijia. Esses ataques provocaram a morte de numerosas pessoas e dezenas de feridos entre a população civil, incluindo menores", lê-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol.
"Os responsáveis por estes factos deverão responder por eles", acrescenta o texto.
Na mesma nota, o executivo espanhol, liderado pelo socialista Pedro Sánchez, faz "um apelo às autoridades russas para respeitarem os princípios básicos do Direito Internacional" e "especialmente do Direito Internacional Humanitário e dos Direitos Humanos, acabando com os ataques contra a população, zonas residenciais e alvos e infraestruturas básicas de caráter civil".
"Espanha reitera novamente o seu firme apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas", sublinha o Governo de Sánchez, que volta a apelar à Rússia para acabar com a "agressão armada" à Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, e que "proceda à retirada imediata, completa e incondicional das suas tropas de todo o território ucraniano".
Os militares ucranianos disseram que a Rússia disparou 75 mísseis contra a Ucrânia hoje de manhã, dos quais a defesa antiaérea abateu 41.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de ter lançado uma campanha de bombardeamentos das infraestruturas energéticas da Ucrânia, com recurso a armamento iraniano.
"A manhã está a ser dura", disse Zelensky num vídeo publicado na rede social Telegram, referindo-se a bombardeamentos que fizeram pelo menos oito mortos e 24 feridos em Kiev, segundo o último balanço.
Os ataques atingiram também as regiões de Khmelnytskiy, Lviv, Dnipro, Vinnitsia, Zaporijia, Sumy, Kharkiv e Jitomir, "de norte a sul e de leste a oeste" do país, segundo Zelensky.
"Querem pânico e caos, querem destruir o sistema energético", disse Zelensky, citado pela agência francesa AFP.
Zelensky alertou para a possibilidade da interrupção temporária de energia, já ocorrida em Lviv, segundo as autoridades da cidade situada a oeste de Kiev e próxima da fronteira com a Polónia.
Em Kiev, a circulação do metro foi interrompida à medida que as estações da capital ucraniana foram convertidas em abrigos antiaéreos.
O tráfego automóvel também foi bloqueado no centro da cidade, segundo o presidente da câmara, Vitali Klitchko, citado pela AFP.
Os bombardeamentos russos ocorreram depois de uma explosão ter danificado, no sábado, a ponte Kerch, entre a Rússia e a península ucraniana da Crimeia, anexada em 2014.
Moscovo atribuiu a explosão na ponte a um ataque terrorista ucraniano.
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