Meteorologia

  • 28 MARçO 2024
Tempo
13º
MIN 11º MÁX 17º

'Juntos pela Catalunha' confirma fim da coligação no governo catalão

A direção do partido Juntos pela Catalunha (JxCat) confirmou hoje o fim da coligação no governo regional catalão, depois de uma consulta aos militantes que maioritariamente votaram pela saída do executivo.

'Juntos pela Catalunha' confirma fim da coligação no governo catalão
Notícias ao Minuto

20:06 - 07/10/22 por Lusa

Mundo Catalunha

"O Juntos pela Catalunha passa a partir de hoje para a oposição", afirmou a presidente do partido, Laura Borràs, numa declaração em Barcelona.

A líder do independentista JxCat congratulou-se com a opção da maioria dos militantes, considerando que não estavam a ser cumpridos os acordos de coligação, assinados com a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), em maio do ano passado.

"Queremos governar para conseguir a independência", disse Borràs, para justificar a rutura com a ERC, depois de reiterar que a agenda independentista não avançou o suficiente e como previam os acordos de coligação.

A líder do partido considerou que o presidente do governo regional catalão, Pere Aragonès, devia submeter-se, agora, a uma moção de confiança no parlamento da Catalunha, onde a ERC, também um partido independentista, "só tem 33 deputados".

A ERC tem o mesmo número de deputados que o partido socialista da Catalunha, que foi o partido mais votado nas eleições regionais de 2021.

O JxCat ficou em terceiro lugar nas eleições e tem 32 deputados.

A ERC tem rejeitado a necessidade de convocar eleições em caso de saída do JxCat do governo regional.

Pere Aragonès ainda não se manifestou hoje, mas a sua assessoria de imprensa revelou que pretende fazer uma declaração esta noite.

Já os socialistas, anunciaram que se reunirão na segunda-feira, para avaliar a situação.

O líder dos socialistas catalães, Salvador Illa, em declarações a jornalistas em Barcelona na semana passada, não quis pronunciar-se sobre se será preciso haver eleições no caso de o JxCat deixar o governo regional por considerar que é necessário, primeiro, "ouvir" Aragonès.

"Não é um momento de aventuras" e se a ERC "quer governar em minoria" sem ter ganhado as eleições, terá de "explicar como quer fazê-lo e com quem", disse então Illa.

O primeiro-ministro espanhol e líder do partido socialista de Espanha (PSOE), Pedro Sánchez, garantiu hoje uma "aposta inequívoca pelo diálogo" com o governo da Catalunha, "seja qual for a circunstância" ou "a conjuntura" no executivo regional.

É uma "aposta inequívoca pelo diálogo", tanto do Governo central, como "do socialismo espanhol" e "do socialismo catalão", afirmou Sánchez, que sublinhou a "importância do valor da estabilidade" em todos os governos, incluindo o catalão, "em momentos tão difíceis", com a guerra na Ucrânia, a subida dos preços ou os impactos da pandemia de covid-19.

"Defendo essa estabilidade", afirmou Sánchez, que considerou haver "muito pela frente para proteger a classe média catalã e do resto do país", mas remeteu para o partido socialista da Catalunha a decisão sobre a viabilização de um governo minoritário da ERC, sem o JxCat.

O Governo de Pedro Sánchez tem o apoio, no Congresso dos Deputados (o parlamento nacional), da Esquerda Republicana da Catalunha, e aprovou, em junho de 2021, indultos para nove líderes independentistas catalães que estavam a cumprir penas de prisão por causa da declaração unilateral de independência e a realização do referendo de 2017.

Poucos dias depois dos indultos, o Governo espanhol e o executivo regional catalão anunciaram o reatamento do diálogo "sobre o conflito político entre os dois governos", nas palavras de Aragonès.

Nesta mesa de diálogo só se senta, do lado catalão, a ERC, que decidiu que o JxCat só teria um lugar se nomeasse um membro do governo regional, algo que o partido recusou.

ERC e JxCat são dois partidos independentistas, mas a Esquerda Republicana da Catalunha é mais moderada e defende que o caminho para a independência deve ser o do diálogo com o Governo central de Espanha, com quem deve ser negociada a realização de um novo referendo.

Depois de uma rutura entre ERC e JxCat, na semana passada, por desentendimentos no caminho a adotar com vista à independência da Catalunha, o Juntos pela Catalunha decidiu perguntar aos militantes se deveria continuar no governo regional.

Segundo os dados divulgados hoje, 55,73% dos militantes que votaram, numa consulta que foi feita digitalmente, optaram pela saída do JxCat do executivo regional catalão (também designado como Generalitat).

Votaram pela permanência no governo regional 42,39% dos militantes e 1,88% optou pelo voto em branco.

Participaram na consulta 79,18% dos 6.465 militantes do partido.

O JxCat é o partido do ex-presidente do governo regional Carles Puigdemont, protagonista da tentativa de autodeterminação da Catalunha em 2017.

Leia Também: Sánchez garante diálogo com governo catalão seja qual for "a conjuntura"

Recomendados para si

;
Campo obrigatório