As vítimas foram mortas na noite de quarta-feira na mina de ouro em Ndassima, a cerca de 450 quilómetros a leste da capital do país, Bangui, disseram os residentes e os trabalhadores humanitários à agência de notícias Associated Press.
Os habitantes das aldeias vizinhas estão proibidos de aceder à mina controlada pela Wagner.
O morador Serge Pounematchi, cujo filho estava entre os mortos, disse que as vítimas estavam no local à procura de resíduos de ouro e cascalho quando foram sumariamente mortas, juntando-se a outros aldeões nos funerais das vítimas.
"É uma pena que o direito à vida não exista", sublinhou Pounematchi.
As autoridades ainda não confirmaram quaisquer pormenores sobre a violência e as autoridades locais não responderam até agora às perguntas colocadas pelos jornalistas.
Dois trabalhadores humanitários, que falaram sob condição de anonimato por receio de serem visados, confirmaram que as vítimas eram jovens das aldeias vizinhas e que a maioria foi morta a tiro.
Constantin Pounoukouzou, um residente de Ndassima, disse que alguns aldeões ainda estão desaparecidos. "Os jovens desempregados não têm outra opção senão ir para este sítio à noite (para) a gravilha", adiantou Pounoukouzou.
O grupo Wagner é frequentemente acusado de cometer violações dos direitos humanos e execuções extrajudiciais com pouca ou nenhuma responsabilidade na República Centro-Africana, onde se comprometeu a lutar contra grupos rebeldes e a restabelecer a paz.
Os mercenários têm servido como guarda-costas pessoais do Presidente Faustin Archange Touadera, ajudando-o a vencer um referendo constitucional em 2023, que poderá prolongar o seu poder indefinidamente.
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