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UE chama diplomata russo para condenar anexações que nunca reconhecerá

O corpo diplomático europeu convocou o encarregado de negócios da missão da Rússia junto da União Europeia para lhe transmitir a "firme rejeição" da anexação ilegal de regiões da Ucrânia na sequência de referendos fraudulentos, que jamais reconhecerá.

UE chama diplomata russo para condenar anexações que nunca reconhecerá
Notícias ao Minuto

10:38 - 04/10/22 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

Em comunicado hoje divulgado, o Serviço Europeu de Ação Externa indica que o seu diretor executivo para a Rússia, Michael Siebert, convocou na segunda-feira o Encarregado de Negócios da missão da Federação Russa em Bruxelas, Kirill Logvinov, no quadro de uma ação coordenada com todos os Estados-membros da UE, ao abrigo da qual também o embaixador russo em Lisboa foi convocado pelo ministério dos Negócios Estrangeiros.

De acordo com o corpo diplomático europeu, a UE "transmitiu a sua firme rejeição e mais veemente condenação da anexação ilegal pela Rússia das regiões ucranianas de Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporijia, na sequência dos 'referendos' fraudulentos conduzidos pela Rússia nestas regiões, em violação da soberania e integridade territorial da Ucrânia".

"A UE não reconhece e nunca reconhecerá esta anexação ilegal por parte da Rússia. Estas decisões da Rússia são nulas e não podem produzir qualquer efeito legal", adverte uma vez mais o Serviço Europeu de Ação Externa.

O corpo diplomático da UE, liderado pelo Alto Representante Josep Borrell, "instou uma vez mais a Rússia a inverter este ato ilegal e a retirar imediata, completa e incondicionalmente todas as suas tropas e equipamento militar de todo o território da Ucrânia", recordando "o apoio inabalável da UE à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas", lê-se ainda no comunicado.

A convocatório do Encarregado de Negócios da missão russa junto da UE faz parte de uma ação coordenada pelo Serviço Europeu de Ação Externa e pelos 27 Estados-membros "em resposta à última escalada da agressão da Rússia contra a Ucrânia, com os referendos falsos e a anexação ilegítima dos territórios ucranianos na semana passada", conclui o comunicado.

Também na segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou hoje o embaixador russo em Lisboa, a quem transmitiu a "firme rejeição" e a "inequívoca condenação" do Governo português da anexação "ilegal" de territórios ucranianos pela Rússia.

Durante a reunião, o Diretor-Geral de Política Externa, Rui Vinhas, sublinhou ao embaixador russo, Mikhail Kamynin, que o "ato de anexação é ilegal e configura uma violação grosseira do Direito Internacional, cujos efeitos Portugal jamais reconhecerá", explicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.

"Além do apelo para que as autoridades russas anulem a sua decisão, foi igualmente transmitido ao embaixador da Federação Russa em Lisboa que esta anexação põe em causa a ordem internacional e a arquitetura de segurança europeia", destacou o ministério liderado por João Gomes Cravinho.

O Governo português transmitiu ainda ao embaixador russo, na reunião que decorreu no Ministério dos Negócios Estrangeiros, que "a União Europeia adotará medidas restritivas adicionais e continuará a apoiar a integridade territorial e a soberania da Ucrânia".

Vários países da União Europeia já tinham chamado os embaixadores russos no fim de semana para transmitirem esta mesma mensagem.

O Presidente russo, Vladimir Putin, formalizou na sexta-feira em Moscovo a anexação de quatro regiões ucranianas - de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia - áreas parcialmente ocupadas pela Rússia no leste e sul da Ucrânia, após a realização de referendos, considerados ilegais por grande parte da comunidade internacional.

A Duma, câmara baixa do parlamento russo, ratificou na segunda-feira os tratados de anexação das regiões ucranianas,

As quatro regiões representam cerca de 15% do território da Ucrânia, ou cerca de 100.000 quilómetros quadrados, um pouco mais do que a dimensão de países como a Hungria e Portugal ou um pouco menos do que a Bulgária, segundo a agência espanhola EFE.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Leia Também: Senado russo ratifica anexação das quatro regiões ucranianas ocupadas

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