Reformado ucraniano junta-se à luta... a recolher doações para o exército
Com uma coluna a tocar o hino ucraniano, o homem conseguiu recolher mais de 16 mil euros. Algum do dinheiro foi doado por soldados russos.
© Reuters
Mundo Guerra na Ucrânia
Hryhoriy Yanchenko, de 75 anos, perdeu as pernas e os dedos há mais de 50 anos devido à gangrena, uma doença que leva à morte dos tecidos do organismo, mas nem isso o impediu de se juntar à resistência ucraniana.
Tal como conta a Reuters, o homem, aposentando, vestiu a camisola e a boina que usou na unidade de paraquedistas soviética, na qual serviu, e, na sua cadeira elétrica, recolheu doações para as tropas ucranianas por toda a cidade ocupada de Kherson.
Com uma coluna a tocar o hino ucraniano, o homem conseguiu recolher mais de 600.000 hryvnias, mais de 16 mil euros, em seis meses. O dinheiro, algum doado por soldados russos, foi usado por um grupo ucraniano para a compra de material militar para a linha da frente.
“Às vezes encontrava orcs (russos) que colocavam dinheiro no meu balde”, disse à agência. “Talvez seja porque sou deficiente”, acrescentou Yanchenko, que em setembro teve de fugir de Kherson para Zaporíjia.
Mas a luta deste ucraniano não se faz apenas a recolher donativos. O homem chegou a juntar-se a protestos contra a ocupação russa e a 24 de agosto, Dia da Independência da Ucrânia, saiu à rua com uma bandeira ucraniana e com uma vyshyvanka, peça de roupa tradicional ucraniana, bordada, que é usada como um talismã contra o mal.
Ao regressar a casa, os vizinhos de Yanchenko disseram-lhe que este estava a ser seguido e, após ser confrontado por um oficial do FSB, decidiu que era hora de fugir.
Um amigo escondeu-o, durante três dias, antes de o levar até às docas Kherson, para uma travessia do rio Dnieper durante a madrugada.
“Ele colocou-me num barco”, disse Yanchenko. “Do outro lado… rapidamente me colocaram numa carrinha”, acrescentou, explicando que nem tudo foi fácil nos postos de controlo russo, mas conseguiu chegar a Zaporíjia, onde está num abrigo.
À porta de um centro comercial, o ucraniano continua a desafiar as tropas russas e a recolher mais doações para as Forças Armadas da Ucrânia.
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