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Estado Islâmico tenta formar novos terroristas em acampamento sírio
A organização jihadista Estado Islâmico (EI) está a tentar criar uma nova geração de terroristas no acampamento sírio de Al Hol, que alberga dezenas de milhares de familiares de membros do grupo extremista, alertou, este sábado, o exército americano.
© Getty Images
Mundo Estado Islâmico
Segundo a EFE, o alerta para esta tentativa de formação de novos terroristas foi dado pelo exército dos EUA e por forças curdo-sírias responsáveis pelas instalações do acampamento.
"O EI tenta criar uma nova geração de terroristas", aproveitando as condições precárias em que vivem mais de 50 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças, em Al Hol, desde a derrota territorial do grupo extremista na Síria, em 2019, adiantaram em comunicado as Forças da Síria Democrática (FSD).
A aliança liderada por curdos, que mantém uma autprocalmada administração autónoma no noroeste do país árabe, apontou que o grupo jihadista tem planos "para controlar o acampamento e pressionar e ameaçar os residentes para que se unam" a eles.
Por seu lado, o chefe do Comando Central (CENTCOM) das Forças Armadas norte-americanas, o general Michael Kurilla, indicou em comunicado depois de uma visita a Al Hol que este é "literalmente um viveiro para a próxima geração do EI".
Kurilla disse que a organização terrorista explora "as horríveis condições" do local, que qualificou como um "foco de sofrimento humano", pelo que se juntou ao apelo das FDS para que os países de origem dos detidos estrangeiros, alguns dos quais ocidentais, os repatriem e reabilitem.
Em Al Hol, explicou o militar, vivem debaixo de temperaturas extremas e com accesso limitado a água cerca de 56 mil pessoas, das quais mais de 90% são mulheres e crianças e 70% tem menos de 12 anos. Aproximadamente metade são iraquianos.
Defendeu que a maioria deles recusa o EI, mas o grupo extremista "vê o acampamento como uma audiência cativa para a sua mensagem e os seus objetivos de recrutamento".
A visita de Kurilla marca uma operação a grande escala lançada em 25 de agosto pelas FDS contra as células do EI nestas instalações, no âmbito da qual foram detidas 121 pessoas na primeira semana.
Os jihadistas, garantiram as FDS, escondem armas no acampamento, conseguem fugir e comunicar com o exterior e recorrem a "brutais formas de assassinato e tortura" para conseguir que os residentes do acampamento se juntem a eles, como parte do plano de preparação "para o segundo lançamento do seu alegado califado".
O EI conquistou a partir de 2014 largas zonas do Iraque e da Síria, onde proclamou um califado no qual impôs um regime de terror baseado numa ideologia islamita fundamentalista até que foi derrotado territorialmente com a ajuda de uma coligação internacional encabeçada pelos Estados Unidos, em 2017 no Iraque e em 2019 na Síria.
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