O exército beninês, que procura reforçar a sua estrutura de segurança, está destacado na região norte para conter grupos rebeldes nos vizinhos Níger e Burkina Faso, que aí realizam incursões e atacam as forças de segurança.
"Tal como com o Níger e o Burkina Faso, estamos a discutir com o Ruanda o apoio logístico e a disponibilização de conhecimentos especializados", confirmou o porta-voz presidencial Wilfried Houngbédji.
"Mas o próximo acordo não prevê o envio de tropas ruandesas para o terreno", acrescentou.
Este esclarecimento surge na sequência da publicação de um artigo da Africa Intelligence, uma agência noticiosa especializada em África, que relata que "negociações secretas entre Kigali e Cotonou" estão em curso para o destacamento de várias centenas de soldados e peritos ruandeses para o norte do Benim.
"O número de elementos ruandeses a destacar está estimado em 350, um número que poderá então duplicar", segundo o órgão de comunicação social, que diz que as negociações acabam de entrar na sua fase final.
"Não posso comentar, mas o que posso confirmar é que existe cooperação de defesa entre os nossos dois países", disse Ronald Rwivanga, porta-voz das forças de defesa ruandesas, entrevistado pela AFP.
O chefe de Estado-Maior das Forças Armadas do Benim, general Fructueux Gbaguidi, tinha visitado o Ruanda em julho para conversações bilaterais destinadas a aprofundar as relações existentes entre os dois exércitos, segundo uma declaração do Ministério da Defesa ruandês.
Países costeiros como Benim, Togo, Gana e Costa do Marfim procuram reforçar a sua posição militar para assegurar as suas fronteiras com o Mali, Níger e Burkina Faso, após uma série de ataques.
Estão agora preocupados com o possível recrutamento de grupos rebeldes entre a população.
No ano passado, o exército ruandês enviou cerca de 1.000 soldados para o norte de Moçambique para ajudar Maputo na sua luta contra os 'jihadistas'.
De acordo com algumas fontes, as tropas ruandesas têm sido das mais eficazes e mais frequentemente destacadas para operações, como a de combate em Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
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