"Moçambique ocupa o terceiro lugar em termos de número de pessoas vivendo com HIV no mundo e o segundo lugar em termos de número de novas infeções", lê-se no informe anual do Gabinete Parlamentar de Prevenção e Combate ao VIH, apresentado hoje na I Sessão Ordinária da Assembleia da República, em Maputo.
De acordo com o documento, Moçambique conta com uma estimativa de 2,3 a 2,6 milhões de pessoas a viver com VIH, incluindo 125.000 a 170.000 crianças, contando com uma prevalência da doença de 12,5% em pessoas com mais de 15 anos, "sendo mais alta nas mulheres (15%) que nos homens (9,5%) da mesma faixa etária".
Estão entre os grupos mais vulneráveis e afetados pela doença no país "as raparigas adolescentes e mulheres jovens dos 15 - 24 anos", com cerca de 23 mil novas infeções registadas em 2023, taxa cerca de três vezes maior do que o número de novas infeções nos rapazes e jovens da mesma idade, explica-se ainda.
"As mulheres enfrentam uma carga desproporcional de VIH ao longo do ciclo de vida, sendo a disparidade ainda mais acentuada entre as mulheres jovens, com idades entre 20 e 24 anos, cuja prevalência de VIH é 3,1 vezes maior do que a dos seus pares masculinos (11,8% versus 3,8%)", acrescenta-se no relatório.
Os grupos vulneráveis ao vírus no país incluem, entre outros, trabalhadores móveis e migrantes (incluindo trabalhadores de minas, com 22,3% de prevalência, e motoristas de camiões de longas distância, com 15,4%).
"Embora o país tenha registado avanços nos últimos anos persistem desafios para o controlo da epidemia do VIH, o que mostra a necessidade de esforços conjuntos, concertados e o envolvimento de todos os atores para melhorar o desempenho da resposta nacional", acrescenta-se no documento.
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