Condições prisionais de Navalny agravam estado de saúde, alerta aliado
O alerta surge cerca de uma semana após o político russo ter revelado que tinha sido transferido para a solitária pela terceira vez durante o mês de agosto.
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Mundo Rússia
Leonid Volkov, um dos principais aliados de Alexei Navalny e chefe do seu gabinete, alertou, na terça-feira, que o agravamento das condições prisionais onde o opositor russo se encontra detido está a ameaçar a sua saúde.
O alerta surge cerca de uma semana após o político russo ter revelado que tinha sido transferido para a solitária pela terceira vez durante o mês de agosto, como forma de punição pela sua atividade política. “O facto é que sou 'demasiado ativo politicamente para um prisioneiro’”, denunciou, na altura, na rede social Twitter.
“De repente, há três semanas, começaram a piorar dramaticamente as suas condições, o que na verdade representa uma enorme ameaça à sua saúde, porque nenhuma pessoa normal poderia passar muito tempo naquela cela ‘especial’”, disse Volkov, em entrevista à agência de notícias Reuters, referindo-se à cela de dois por três metros de largura, onde Navalny se encontra detido.
“Para Alexei, que tinha acabado de sobreviver ao envenenamento, é especialmente perigoso”, considerou.
Volkov, que falou à Reuters a partir de Vilnius, na Lituânia, afirmou ainda que mantém contacto com os advogados de Navalny e assegurou que o político ainda está “mentalmente e fisicamente bem”.
Sobre o presidente russo, Vladimir Putin, Volkov frisou que o facto de “estar a perder [a guerra com a Ucrânia], e estar a ficar cada vez menos previsível, torna a situação mais perigosa”.
Desde o início da invasão, a 24 de fevereiro, que a equipa de Navalny tem publicado vídeos no Youtube de forma a influenciar a opinião pública contra a guerra. Segundo o aliado do opositor, as transmissões já atingiram cerca de 15 milhões na Rússia.
“Sabemos que a nossa operação ajuda a mudar lentamente a opinião pública... Serão necessários dois a três anos para mudar drasticamente a atitude da sociedade russa e para tornar a sua guerra tão impopular que ele não poderá continuar”, disse à Reuters.
Sublinhe-se que o opositor do regime do presidente russo estava a cumprir pena em liberdade condicional após ter sido acusado de fraude – uma acusação que diz ter sido fabricada – quando foi envenenado com um agente neurotóxico do tipo Novitchok, em agosto de 2020.
Após aquela que considera ser uma tentativa de assassinato por parte do Kremlin, o opositor de 45 anos foi transferido, a pedido da mulher, da Sibéria para a Alemanha para recuperar. Foi detido ao voltar para a Rússia, a 17 de janeiro de 2021.
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