"Este acordo representa um passo encorajador para a cessação das hostilidades, a redução das tensões regionais e o restabelecimento duradouro da paz e da estabilidade no leste da RDCongo e na região dos Grandes Lagos", afirmou Vivian van de Perre, chefe interina da MONUSCO, em comunicado.
A missão da ONU instou todas as partes a cumprirem os compromissos constantes do pacto, denominado Acordo de Washington e assinado na capital norte-americana pelos ministros dos Negócios Estrangeiros congolês e ruandês, Thérèse Kayikwamba e Olivier Nduhungirehe, respetivamente, na presença do Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.
"De acordo com o seu mandato, a Missão reafirma a sua total disponibilidade para apoiar a implementação deste acordo em estreita coordenação com o governo congolês, a União Africana, as organizações regionais e todos os parceiros internacionais", acrescenta o comunicado.
A MONUSCO destacou ainda o "papel fundamental" dos Estados Unidos na facilitação do acordo, em colaboração com o Qatar e o mediador nomeado pela União Africana (UA), o presidente togolês Faure Gnassingbé.
Reconheceu ainda as iniciativas promovidas pela Comunidade da África Oriental (CAO) e pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), blocos regionais compostos por oito e 16 países, respetivamente.
O acordo entre Kigali e Kinshasa, que entrou em vigor de imediato, visa pôr fim ao conflito no leste da RDCongo, onde o exército combate o grupo rebelde apoiado pelo Ruanda, o Movimento 23 de Março (M23), e terminar um ciclo de três décadas de tensões bilaterais.
O documento reflete o compromisso de ambas as partes com o respeito pelos direitos humanos, pelo direito internacional humanitário e pela promoção ativa da paz duradoura, da estabilidade e do desenvolvimento económico integrado na região.
As suas disposições incluem o respeito pela integridade territorial de cada país, a resolução pacífica de litígios e a proibição de atos hostis e o apoio a grupos armados.
Desde 1998 que o leste da RDCongo sofre um conflito alimentado pela presença de milícias rebeldes e confrontos com o exército, apesar do destacamento da MONUSCO.
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