As inundações até este domingo fizeram um total de 103 mortos, incluindo 74 devido ao colapso de casas e 29 por afogamento, 140.029 pessoas foram afetadas e 125 ficaram feridas, de acordo com os números dos serviços de proteção civil.
Um relatório oficial anterior divulgado em 28 de agosto dava conta de 75 mortos, 108.346 pessoas afetadas e 102 feridas.
As regiões mais afetadas são as de Maradi (centro-sul, onde foram registadas 42 mortes), Zinder (centro-leste, 27 mortes), bem como Tahoua (oeste, 14 mortes) e Dosso (sudoeste, 12 mortes). A região da capital do país, Niamey, foi igualmente afetada, tendo sido registadas duas mortes e 566 pessoas afetadas.
As chuvas destruíram ou danificaram mais de 16.000 casas e provocaram o colapso de salas de aula, centros de saúde, celeiros e lojas.
Para além dos estragos diretos, as chuvas estimularam o aparecimento de insetos que estão a afetar as culturas, acrescentou o Ministério da Agricultura do Níger.
Os serviços meteorológicos preveem mais chuvas até ao final de setembro. Niamey está a ser ameaçada pelo transbordamento do rio Níger, devido ao nível da água, que está "a evoluir muito rapidamente para o nível de alerta", advertiu a Autoridade da Bacia do Níger (NBA).
Na capital, onde vivem dois milhões de pessoas, as chuvas provocam frequentemente inundações mortíferas. A NBA está a apelar às pessoas que vivem perto do rio para "a serem particularmente vigilantes" e "a retiraram-se das zonas propensas a inundações".
A época das chuvas, entre junho e agosto ou setembro, tem sido particularmente mortífera nos últimos anos, incluindo nas zonas desérticas do norte.
Em 2021, pelo menos 70 pessoas morreram e mais de 200.000 foram afetadas. As Nações Unidas preveem que, pelo menos, 350.000 pessoas serão afetadas em 2022.
O país, pobre e com um clima árido, está a sofrer de más colheitas, a que se junta a violência de grupos extremistas islâmicos armados, particularmente contra os agricultores.
O Níger enfrenta uma crise alimentar grave, com mais de 4,4 milhões de pessoas em "grave" insegurança alimentar, ou seja, 20% da população, de acordo com as autoridades sanitárias do país.
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