O presidente da república russa da Chechénia, Ramzan Kadyrov, publicou, este sábado, um vídeo na plataforma Telegram que está a levantar dúvidas acerca do seu futuro enquanto líder checheno. Na publicação, Kadyrov, de 45 anos, defendeu que merece fazer uma “pausa indefinida e longa”.
“Percebi que estou há muito tempo sentado na minha posição”, considerou, entre risos. “Penso que chegou a minha hora [de deixar o cargo]”.
Sublinhe-se que Ramzan Kadyrov assumiu a liderança da Chechénia em 2007 e é o líder mais antigo de uma região russa. “O meu tempo chegou, antes que eles me expulsem”, disse.
"Amigos, hoje aprendi que, ao que parece, sou um membro longo entre os atuais chefes das entidades constituintes da Federação Russa. Eu mesmo notei que fiquei muito tempo sentado. Acho que merecia plenamente umas férias indefinidas e longas. Espero que me apoiem e entendam", escreveu ainda na descrição do vídeo.
Kadyrov, que governa a Chechénia com mão de ferro, é considerado próximo do presidente russo, Vladimir Putin, e tem uma milícia paramilitar, a 'kadyrovtsy'. No início da ofensiva russa, circularam nas redes sociais imagens de uma praça em Grozny, capital da Chechénia, cheia de soldados supostamente a caminho da Ucrânia. As forças sob o controle de Kadyrov são acusadas de vários abusos na Chechénia.
A 26 de fevereiro, o líder da Chechénia confirmou a participação das tropas da república na invasão russa da Ucrânia.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de 5.600 civis morreram e oito mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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